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Safrinha de milho deve superar em áreas plantadas em MT

A área plantada também será a maior da história, com 3,7 milhões de hectares


A segunda colheita de milho, que é chamada de “safrinha”, não está fazendo jus a esse diminutivo em 2006/07 no Mato Grosso, a produção será recorde, somando 14 milhões de toneladas (t) na previsão do mercado — pouco menos da metade da primeira safra de milho do período anterior, que somou 31,8 milhões de t. E a área plantada também será a maior da história, com 3,7 milhões de hectares.

O clima favorável soma-se à alta da demanda e às elevadas cotações do milho para formar um clima de euforia com a safrinha, mas esse entusiasmo já faz prever problemas de logística. Segundo o professor Paulo Rezende, da Fundação Dom Cabral, haverá falta de silos para armazenar tanto produto: “Apenas 60% da safrinha terá onde ser guardada”.

No Porto de Paranaguá, espera-se a formação de longas filas de caminhões , com o grande volume de milho a ser exportado. Na previsão de Carlos Augusto Albuquerque, da Federação da Agricultura do Paraná, as exportações de milho por Paranaguá crescerão em nível elevado este ano, com o impulso da safrinha, e o produto será embarcado no mesmo período da soja. “O resultado pode ser um supercongestionamento no porto”, afirma.

Ganhando espaço

A força da safrinha fica ainda mais clara com o entusiasmo dos produtores pelo milho, com o forte impulso conseguido depois que os Estados Unidos passaram a utilizar o produto para fazer etanol. Com isso, os preços mantêm-se em alta mesmo com a perspectiva de produção maior.

Até em redutos tradicionais da soja esse quadro vem se fortalecendo. Em Sorriso, Mato Grosso, município que mais produz soja no País, a safrinha vai ocupar este ano área superior a 240 mil hectares, mais que o dobro dos 100 mil da colheita anterior.

Em Goiás, o plantio da safrinha já foi concluído na área da Cooperativa Comigo, no Sudoeste do Estado, onde foram plantados 200 mil hectares, dos quais 70 mil no município de Rio Verde.

Embora seja uma situação que ganha destaque este ano, o avanço da safrinha nessa e em outras regiões vem se fortalecendo a cada colheita. De acordo com levantamento do Ministério da Agricultura, a taxa anual de crescimento da produção da safrinha nos últimos dez anos foi de 21,85%, a maior entre as 14 culturas pesquisadas.

Pela pesquisa do ministério, a área da safrinha também teve o maior crescimento nesse grupo de produtos no período, com índice de 13,76%.

O impulso do clima

As condições climáticas em fevereiro, mês em que se inicia o plantio da segunda safra de milho, ajudaram a confirmar a boa expectativa para esta colheita. O clima com calor intenso e chuvas acima da média principalmente nas regiões do Paraná e Mato Grosso, contribuiu para o plantio e o bom desenvolvimento das plantas nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo.

Segundo informações do Grupo Climatempo, a previsão do tempo para março nessas regiões permanece com chuvas e calor intenso até o dia 20 no Paraná, quando entra uma massa de ar polar na região diminuindo a temperatura, mas sem previsões de geadas, ou qualquer outro impacto mais forte que possa ser sentido nas plantações, e no Mato Grosso as chuvas intensas se estendem até o dia 10.

No Paraná, a escassez de chuvas no mesmo período prejudicou o plantio da safrinha nos últimos dois anos, mas este ano o clima é favorável. Dados coletados em janeiro pela Secretaria de Agricultura do Estado mostram que 20% da área de 1,6 milhão de hectares destinada ao plantio no Paraná já estava semeada.

No Mato Grosso o clima em fevereiro também foi favorável, com chuvas acima da média e se espera plantio e cultivo tranqüilos para a safrinha. Toda a área já foi semeada.

Segundo Patrícia Madeira do Grupo Climatempo, as condições climáticas favoráveis ao plantio da segunda safra de milho no Paraná se deu pela influência do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacifico, o “El Niño”, que gera chuvas acima da média nas regiões do sul do País. Essa influência está se dissipando e deve desaparecer entre o final de março e começo de abril.

As chuvas acima da média contribuíram para o plantio da safrinha, mas no Mato Grosso dificultou a colheita da soja.

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