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SC: metade dos municípios têm perdas com ciclone

Levantamento aponta prejuízo significativo em zonas rurais e pesqueiras


Foto: Marcelo de Bona/Divulgação

Na última terça-feira (30) Santa Catarina foi o estado mais atingido com o ciclone bomba. Ventos de até 120 km/h destruíram propriedades e plantações. Técnicos da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural e da Epagri ainda trabalham no levantamento mas os dados preliminares apontam danos em mais da metade dos municípios.

NO último sábado o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou e região de Governador Celso Ramos. O município estima um prejuízo de R$ 200 milhões para reconstruir a cidade. O valor é mais do que o dobro da arrecadação municipal no ano, que gira em R$ 90 milhões. Pelo twitter, Bolsonaro prestou solidariedade às vítimas. 

Bananicultura estima maior prejuízo da história

Em Corupá, no Norte, há perdas em 90% da produção de bananas, com cerca de 2,5 milhões de pés totalmente destruídos. A Associação dos Bananicultores do município (Asbanco) classifica o fenômeno como o maior prejuízo da história, fonte de renda de 500 famílias da região. O levantamento da Epagri identificou perdas de 20 a 100% nos cultivos de banana e palmito no Litoral Norte. Em Siderópolis já é possível verificar danos consideráveis nas plantações de milho, banana e eucalipto, com cerca de 50% dessas plantações danificadas.

São registradas perdas também em outros segmentos. Em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, coberturas de cultivos protegidos foram arrancadas. 

A bovinocultura de leite enfrentou problemas relacionados à falta de energia elétrica, entre eles dificuldade de resfriamento do produto e para realização da ordenha e captação de água. O setor também foi afetado com danos em estábulos, cercas e estruturas, e queda de árvores que impediram a coleta do leite. Na bovinocultura de corte, os principais danos foram em estruturas, cercas, saleiros e estábulos. A suinocultura e a avicultura sofreram com destruição de estruturas e falta de energia para acionar os alimentadores, a captação de água e a ventilação. 

Na piscicultura, a falta de energia impediu acionamento de aeradores e alimentadores, além de afundamento de embarcações e danos aos cultivos de moluscos.
A cultura do tabaco enfrentou tombamento de plantas em lavouras mais adiantadas e cobertura arrancada em canteiros protegidos. Nas áreas de reflorestamento os principais problemas foram com quebra ou tombamento de árvores nos cultivos.

Os pomares de maçã tiveram suas coberturas de tele antigranizo arrancadas pelo vento, além de destelhamentos e danos em câmaras frigoríficas de armazenagem de frutas e de mudas. As culturas de inverno foram prejudicadas com acamamento.

Além de prejuízos nos cultivos, o levantamento da Epagri também aponta perdas na infraestrutura e residências do meio rural. Foram identificados danos, às vezes totais, outras vezes parciais, de casas, galpões para maquinários, depósitos temporários e galpões de classificação de frutas e olerícolas. Destelhamentos, quedas de árvores, bloqueios de estradas e danos à rede elétrica também aparecem no relatório da Epagri.

Medidas para reconstrução

A Epagri está orientando os produtores que têm cultivos financiados via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a acessarem o Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro), que é uma iniciativa do governo federal que garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.

Também estão sendo estudadas formas de usar as políticas públicas existentes para a reabilitação da infraestrutura, aproveitando o Plano Safra 2020/21. Para produtores rurais que possuem seguro para a infraestrutura danificada, a orientação é procurar as instituições para comunicar o sinistro. A Epagri já está providenciando os laudos meteorológico e de determinação de perdas na propriedade para embasar os resgates de seguros e acesso ao Proagro.

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