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Sead participa do IV Encontro Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro

"Agroecologia cultivando territórios do bem viver"


Cerca de 400 pessoas, dentre agricultores familiares, trabalhadores rurais quilombolas, indígenas e caiçaras, assentados da reforma agrária, pescadores artesanais, técnicos rurais e gestores públicos, estiveram reunidas em Paraty (RJ), na Região da Costa Verde Fluminense, entre os dias 26 e 28 de outubro, durante o IV Encontro Estadual de Agroecologia do Rio de Janeiro.

Com o tema "Agroecologia cultivando territórios do bem viver" o evento, promovido pela Articulação de Agroecologia do RJ (AARJ), foi marcado pela troca de experiências e conhecimentos, em rodas de conversas sobre temas importantes para a agroecologia praticada nas zonas rurais e áreas urbanas do Estado do Rio.

Realizado na comunidade quilombola do Campinho da Independência, em Paraty, o encontro promoveu a unidade de esforços dos vários atores envolvidos nesse setor da agricultura familiar, em busca da difusão do conhecimento sobre as técnicas de cultivo, produção e beneficiamento; as vantagens ambientais da adoção de práticas agroecológicas, e os benefícios do consumo de alimentos saudáveis.

A urgência do reconhecimento e da promoção do papel do agricultor familiar na garantia da segurança alimentar da população fluminense também foi defendida pelos participantes do evento. 

Tal necessidade foi unânime como condição para retirar o trabalhador rural da invisibilidade ante às políticas públicas e viabilizar seu desenvolvimento e sua inclusão socioeconômica. 

Feira agroecológica

O encontro contou ainda com a feira "Sabores, Saberes e Sementes da Agroecologia do Rio de Janeiro", instalada no Mercado do Produtor de Paraty, próximo ao Centro Histórico da cidade, onde o público pôde conhecer e provar alimentos, além de outros produtos artesanais oriundos da agricultura familiar agroecológica. 

Trocas de sementes, venda de produtos fitoterápicos e distribuição de mudas orgânicas também atraíram a atenção de quem visitou aquele espaço.

Produzir em áreas de preservação

Vivendo da apicultura e da agricultura familiar há mais 60 anos em Paraty, o produtor orgânico Eraldo Alves Filho (77), comemorou a realização do encontro de agroecologia no município.

Para ele, o evento contribuiu para dar visibilidade à agricultura familiar de Paraty, ajudando a desfazer o mito da suposta impossibilidade da prática em áreas de preservação. "Existe uma falsa ideia de que não dá para fazer agricultura aqui porque quase todo o município está localizado em área de preservação. Eu trabalho e vivo da agricultura há 60 anos, sem impactar o ambiente, porque meu sistema de cultivo e produção é totalmente orgânico", explicou o produtor. 

Ele acredita que o encontro ficará marcado como um divisor de águas para a agricultura familiar de Paraty porque irá estimular a produção agroecológica local. "Ao invés de destruir, nossa agricultura orgânica preserva a natureza e recupera áreas degradadas. Os pequenos produtores vão perceber agora que é possível viver da agricultura em Paraty sem prejudicar nossas áreas de preservação", completou Eraldo Filho.

Apoio da Sead

Representando a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), o coordenador geral de Formação de Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Gereissat Rodrigues Almeida, participou do evento, juntamente com a delegada federal do Desenvolvimento Agrário no RJ, Danielle Barros. Seu objetivo foi acompanhar as discussões e buscar novas estratégias para atender às necessidades da agroecologia, não somente do Rio de Janeiro, como de todo o país.

Ele destacou que o apoio à produção agroecológica é uma das prioridades da Sead e está entre os principais eixos de atuação do Plano Safra da Agricultura Familiar 2017/2018. "No atual Plano Safra a Sead priorizou a matriz agroecológica na formação dos extensionistas que atendem aos pequenos agricultores familiares. E também temos outras políticas específicas, como os recursos da linha de agroecologia do Pronaf, com créditos de 2,5% ao ano, além de mecanismos de incentivo à comercialização e de qualificação da produção da agricultura familiar", declarou Gereissat Almeida.

Em sua opinião, a participação em encontros como o realizado em Paraty garante que o gestor público se mantenha atualizado sobre os rumos da produção agroecológica e em condição de contribuir, com mais eficiência, para o desenvolvimento do setor. "Acompanhar esses tipos de eventos é fundamental para se apropriar das demandas desse ramo da agricultura familiar e, a partir disso, discutir e elaborar com a comunidade agroecológica as melhores estratégias para o desenvolvimento da agroecologia e o empoderamento dos seus atores", concluiu o coordenador. 

 

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