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Seca ajuda a frear doença do cafezal; lavoura agora requer chuva

Há expectativa de uma boa safra, apesar dos problemas climáticos


BRASÍLIA (Reuters) - As principais zonas produtoras de café no Brasil estiveram muito mais secas que o normal em fevereiro, ajudando a frear uma doença bacteriana, mas o clima gerou preocupações de que o desenvolvimento dos grãos possa não ter água suficiente para atingir o tamanho ideal.

Uma grande safra de café arábica no maior produtor mundial vai começar a ser colhida a partir de maio, e algumas semanas mais cedo em regiões de café robusta. Há expectativa de uma boa safra, apesar dos problemas climáticos iniciais.

O agrônomo Roberto Maegawa, da cooperativa Cocapec, em Franca, disse que o tempo menos úmido freou o surto da doença da mancha aureolada, que se desenvolveu com um janeiro muito chuvoso.

"Agora que não há o frio ou o vento, as coisas estão melhores. Não estamos tendo esse problema agora", disse ele.

A mancha aureolada seca os ramos das árvores e pode inviabilizar o fruto do café. Ela afetou áreas expostas ao vento mas, de maneira geral, não deve se tornar uma grande ameaça para a safra.

Dados da Somar Metereologia mostraram que o Estado de Minas Gerais recebeu entre 60 e 95 por cento menos de chuva que a média em fevereiro. Chuvas excepcionalmente fortes em janeiro ajudaram a elevar a umidade no solo, por outro lado.

Mas com a expectativa de que o tempo seco continue, com apenas chuvas desiguais e irregulares previstas para o final de semana, produtores estão preocupados de que a safra no cinturão produtor de Minas possa não atingir o tamanho total.

"Há uma falta de chuva. As áreas produtoras estão sentindo isso. As chuvas não estão regulares. Isso significa uma pobre formação dos grãos", disse Maegawa.

Marco Antônio dos Santos, da Somar, disse que o clima quente de verão, junto com o tempo seco, significa que os solos estão secando mais rapidamente, e disse que a estimativa de chuva para o próximo final de semana pode não trazer muito alívio.

"Precisamos ver onde essa chuva vai cair e quão forte", disse ele.

Não há uma previsão de chuvas atingindo o cinturão de café nos próximos dez dias, de acordo com a estimativa ampliada da Somar.

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