Seca em Portugal destrói pastagens e ameaça aumentar importação de cereais
O Alentejo é uma das regiões mais afetadas
A seca que afeta todo o país está destruindo as pastagens para o gado e ameaça o desenvolvimento dos cereais de inverno, como o trigo. Se a falta de chuva continuar, a CAP alerta que Portugal poderá ter de aumentar as importações.
Os agricultores já sentem alguns dos efeitos da seca meteorológica que afeta Portugal continental. Segundo o Instituto de Meteorologia, 76% do território está em seca moderada, 13% em seca fraca e 11% em seca severa. As previsões do Instituto de Meteorologia para o mês que começa agora dizem que "será mais provável que aumente a severidade da situação de seca" no continente.
João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse ao PÚBLICO que as maiores preocupações são a falta de pastagens para o gado e os impactos no desenvolvimento dos cereais de Inverno, como o trigo. As zonas mais afetadas são o Alentejo, partes do Ribatejo, Beira Interior e Trás-os-Montes.
No Alentejo, na região de Moura, “os agricultores perguntam sempre quando é que vai chover”, conta João Infante, técnico da Associação de Jovens Agricultores de Moura. A maior preocupação é com os animais. “Há quem já esteja a alimentar o gado, especialmente bovino e ovino, com palha e rações desde Setembro, porque já não têm pastagens. E isso é mais caro”.
Nos cereais, depende das culturas. “Os cereais começam agora a desenvolver-se, têm de crescer e precisam de água e nutrientes. Se não chover dentro de mês e meio, o crescimento dos cereais poderá ficar em causa”, acrescentou. Para João Machado, da CAP, este é um problema grave. “Perder os cereais de Inverno será uma perda para os agricultores e para o país. Num ano normal Portugal importa 70% do consumo interno de cereais. Com seca, essa percentagem pode subir de forma preocupante”.
Ministério acompanha a situação “com preocupação”
Mas perante a fotografia da seca em Portugal, João Machado é cauteloso. “A seca só será uma questão muito relevante se não chover em Fevereiro” – cenário que é, aliás, previsível, segundo o Instituto de Meteorologia. O presidente da CAP lembrou que os volumes de água armazenados nas albufeiras estão dentro da média. Segundo o Instituto da Água (Inag), “das 56 albufeiras monitorizadas, 17 têm disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total”.
Segundo João Infante, em Moura os agricultores têm ainda as suas charcas e albufeiras com água. “É preciso não esquecer que as pessoas se habituaram a dois anos atípicos, 2010 e 2011. Nesses anos choveu o que já não chovia há 30 anos: 600 milímetros/ano, em comparação com a média de 300 mm/ano dos últimos 20 anos. Agora estaremos em cerca de 150 e 180 mm. Até Abril ainda podem chover os 100 mm necessários para a média”. É esperar para ver.
O Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) disse hoje ao PÚBLICO que está a “acompanhar a situação com preocupação. Mas só o desenvolvimento das condições meteorológicas, nas próximas semanas, determinará a gravidade dos efeitos para a agricultura”. De momento, acrescenta o gabinete da ministra Assunção Cristas, não receberam ainda pedidos de ajuda de agricultores.
Daqui para a frente, a agricultura vai ter ainda mais necessidade de água. “As culturas de Primavera/Verão vão precisar de muita água. Será preciso regar áreas imensas”, lembrou João Machado, da CAP. Por enquanto, disse, “é prematuro falar em medidas preventivas”.
Os agricultores já sentem alguns dos efeitos da seca meteorológica que afeta Portugal continental. Segundo o Instituto de Meteorologia, 76% do território está em seca moderada, 13% em seca fraca e 11% em seca severa. As previsões do Instituto de Meteorologia para o mês que começa agora dizem que "será mais provável que aumente a severidade da situação de seca" no continente.
João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse ao PÚBLICO que as maiores preocupações são a falta de pastagens para o gado e os impactos no desenvolvimento dos cereais de Inverno, como o trigo. As zonas mais afetadas são o Alentejo, partes do Ribatejo, Beira Interior e Trás-os-Montes.
No Alentejo, na região de Moura, “os agricultores perguntam sempre quando é que vai chover”, conta João Infante, técnico da Associação de Jovens Agricultores de Moura. A maior preocupação é com os animais. “Há quem já esteja a alimentar o gado, especialmente bovino e ovino, com palha e rações desde Setembro, porque já não têm pastagens. E isso é mais caro”.
Nos cereais, depende das culturas. “Os cereais começam agora a desenvolver-se, têm de crescer e precisam de água e nutrientes. Se não chover dentro de mês e meio, o crescimento dos cereais poderá ficar em causa”, acrescentou. Para João Machado, da CAP, este é um problema grave. “Perder os cereais de Inverno será uma perda para os agricultores e para o país. Num ano normal Portugal importa 70% do consumo interno de cereais. Com seca, essa percentagem pode subir de forma preocupante”.
Ministério acompanha a situação “com preocupação”
Mas perante a fotografia da seca em Portugal, João Machado é cauteloso. “A seca só será uma questão muito relevante se não chover em Fevereiro” – cenário que é, aliás, previsível, segundo o Instituto de Meteorologia. O presidente da CAP lembrou que os volumes de água armazenados nas albufeiras estão dentro da média. Segundo o Instituto da Água (Inag), “das 56 albufeiras monitorizadas, 17 têm disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total”.
Segundo João Infante, em Moura os agricultores têm ainda as suas charcas e albufeiras com água. “É preciso não esquecer que as pessoas se habituaram a dois anos atípicos, 2010 e 2011. Nesses anos choveu o que já não chovia há 30 anos: 600 milímetros/ano, em comparação com a média de 300 mm/ano dos últimos 20 anos. Agora estaremos em cerca de 150 e 180 mm. Até Abril ainda podem chover os 100 mm necessários para a média”. É esperar para ver.
O Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) disse hoje ao PÚBLICO que está a “acompanhar a situação com preocupação. Mas só o desenvolvimento das condições meteorológicas, nas próximas semanas, determinará a gravidade dos efeitos para a agricultura”. De momento, acrescenta o gabinete da ministra Assunção Cristas, não receberam ainda pedidos de ajuda de agricultores.
Daqui para a frente, a agricultura vai ter ainda mais necessidade de água. “As culturas de Primavera/Verão vão precisar de muita água. Será preciso regar áreas imensas”, lembrou João Machado, da CAP. Por enquanto, disse, “é prematuro falar em medidas preventivas”.