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Seguros climáticos ganham importância

“Não há como ignorar: a conta chegou"


“Não há como ignorar: a conta chegou" “Não há como ignorar: a conta chegou" - Foto: Pixabay

O Brasil tem registrado aumento expressivo de desastres climáticos nos últimos anos. Um estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica aponta que, na última década, eventos provocados por chuvas cresceram 222%. Dados da Defesa Civil e do INPE indicam também aumento de 30% nas ondas de calor e 40% na frequência de vendavais, enquanto entre 2023 e 2024 mais de 1.300 municípios sofreram com secas severas, gerando prejuízos superiores a R$ 150 bilhões.

O setor de seguros enfrenta desafios diante dessa realidade. Bruno Mazzali, diretor da BRB Seguros, unidade da Wiz Co (WIZC3), afirma que a penetração de seguros climáticos ainda é baixa e a mensuração de riscos é complexa. Ele cita o caso do Rio Grande do Sul, onde perdas de R$ 89 bilhões tiveram apenas R$ 6 bilhões cobertos, mostrando a grande lacuna de proteção frente a desastres naturais.

“Não há como ignorar: a conta chegou. As consequências das mudanças climáticas são cada vez mais frequentes, mais devastadoras e causam cada vez mais impactos, tanto social quanto economicamente. Os seguros específicos para desastres climáticos já fazem parte do portfólio, mas o desafio é mensurar riscos e precificar as apólices. No Brasil, ainda há baixa penetração dos produtos e o histórico de dados é mais restrito em relação a outros setores”, explica.

Entre as soluções destacam-se seguros residenciais, empresariais, rurais e paramétricos, que indenizam automaticamente com base em parâmetros pré-estabelecidos, como intensidade de chuva ou vento. Segundo Mazzali, esses produtos permitem respostas mais rápidas e devem se tornar cada vez mais importantes para reduzir os impactos sociais e econômicos das mudanças climáticas no país.

“Os seguros paramétricos ainda têm baixa penetração, mas apresentam crescimento. Em setores específicos, como o agrícola, 30% das empresas têm acesso a esse tipo de seguro. No geral, entre os outros setores da economia, apenas 10% das empresas podem utilizá-lo. É um tipo de seguro restrito para segmentos que são mais afetados, mas isso pode mudar em breve - dificilmente, algum setor passará ileso pelas mudanças climáticas”, finaliza o executivo.
 

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