Semente define o sucesso inicial da lavoura de soja
Problemas nessa fase comprometem a germinação
Problemas nessa fase comprometem a germinação - Foto: Nadia Borges
As doenças iniciais da soja estão entre os principais desafios para o bom estabelecimento da lavoura e afetam diretamente a semente e a plântula nos primeiros dias após o plantio. Em um cenário de alternância climática, com chuvas irregulares, calor e baixa umidade, a semente permanece mais tempo exposta a patógenos de solo justamente no momento em que seu vigor e sanidade são determinantes para a formação de um estande uniforme.
Problemas nessa fase comprometem a germinação e a emergência, gerando falhas que muitas vezes só se tornam visíveis quando a lavoura já está implantada. Sementes atacadas por fungos como Rhizoctonia, Fusarium e Pythium podem apodrecer antes de emergir ou originar plântulas fracas, com tombamento e morte precoce. Mesmo quando a planta sobrevive, o dano inicial reduz o desenvolvimento radicular, limita a absorção de água e nutrientes e compromete o potencial produtivo ao longo de todo o ciclo.
A qualidade da semente, aliada ao tratamento de sementes, é considerada a primeira linha de defesa da lavoura. É nesse momento que a semente entra em contato direto com o solo, ambiente favorável à infecção por patógenos. Um tratamento inadequado ou incompatível, associado a erros de plantio, pode ampliar perdas, aumentar a necessidade de replantio e elevar os custos da safra.
Além disso, decisões tomadas no início do ciclo influenciam a ocorrência de doenças ao longo da safra, como mofo-branco e ferrugem asiática, que tendem a avançar com mais intensidade em lavouras mal estabelecidas. O manejo correto da semente e o acompanhamento técnico desde o planejamento do plantio são fundamentais para reduzir riscos, preservar o vigor inicial e sustentar o teto produtivo da soja.
“Quando as doenças aparecem no início da soja, o prejuízo é silencioso, porém definitivo. Plantas com baixa sanidade e vigor produzem menos ramos, menos nós produtivos e menor biomassa, o que reduz diretamente a capacidade de gerar vagens e grãos. Além disso, o sistema radicular fica limitado, a absorção de água e nutrientes reduz e a cultura passa a ser mais sensível aos estresses ao longo do ciclo. Na prática, esses fatores se traduzem em redução de produtividade. E o impacto não é apenas agronômico, é econômico. O produtor enfrenta replantio, aplicações extras de fungicidas e atraso de ciclo, o que compromete a rentabilidade da safra como um todo”, afirma Diego Braga, Consultor de Desenvolvimento de Mercado da Conceito Agrícola.