Sementes certificadas evitam problema no algodão
A doença se manifesta por meio de lesões irregulares de coloração parda
A doença se manifesta por meio de lesões irregulares de coloração parda - Foto: India Water Portal
O início do ciclo do algodoeiro exige atenção redobrada do produtor, especialmente nas primeiras semanas após a emergência das plantas. Segundo Gisele de Souza Borges, engenheira agrônoma, um dos principais desafios nessa fase é o tombamento ou mela, doença comum no período vegetativo inicial e que pode comprometer a formação da lavoura. O problema é causado por fungos de solo, com destaque para o Rhizoctonia solani Kunchn, que encontra condições favoráveis em ambientes úmidos e mal drenados.
A doença se manifesta por meio de lesões irregulares de coloração parda, muitas vezes com tonalidades avermelhadas, que surgem no colo das plântulas. Com a evolução do ataque, ocorre o enfraquecimento do tecido vegetal, levando ao tombamento das plantas e, em muitos casos, à morte precoce. Esse processo reduz de forma significativa a população de plantas no campo, afetando a uniformidade da lavoura e o potencial produtivo da cultura.
A perda de plantas logo no início do ciclo pode obrigar o produtor a realizar o replantio, elevando os custos de produção e atrasando o desenvolvimento da área. Além do impacto financeiro direto, a necessidade de replantar compromete o planejamento da safra e pode resultar em menor rentabilidade ao final do ciclo. Por isso, a prevenção é apontada como a principal estratégia para reduzir os riscos associados ao tombamento.
Entre os cuidados recomendados está o uso de sementes certificadas, que apresentam maior qualidade sanitária e vigor, contribuindo para uma emergência mais uniforme. Também é indicado evitar o plantio em períodos chuvosos e manter atenção às condições do solo, especialmente em relação à drenagem, fator determinante para reduzir a incidência de fungos causadores da doença.