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Seminário de Agroecologia destaca importância da preservação do solo

Palestrantes destacaram necessidade da preservação do solo para uma produção sustentável


Palestrantes destacaram necessidade da preservação do solo para uma produção sustentável
A programação desta terça-feira (29) do XI Seminário Internacional sobre Agroecologia e do XII Seminário Estadual sobre Agroecologia, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre, foi marcada por palestras técnicas que ressaltaram a importância da preservação do solo e do campo nativo para uma produção sustentável. O evento prossegue até esta quarta-feira (30).

Com o tema "A resignificação e valorização do solo como parte essencial do ambiente", a professora da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, Irene Maria Cardoso, abriu a série de palestras. A docente falou sobre o esgotamento dos recursos naturais do solo e o mercado de fertilizantes. Citou, como exemplo, que o Brasil importa 74% de nitrogênio, 93% de potássio e 49% do fósforo, principais ingredientes utilizados na adubação de lavouras.

Fazendo jus ao tema do Seminário, "Outro olhar para o desenvolvimento", Irene elencou alternativas sustentáveis de manejo e preservação do solo. Para ela, o intemperismo - o conjunto de fenômenos físicos e químicos que levam à degradação e enfraquecimento das rochas - e a fotossíntese são dois processos fundamentais para a vida no solo. Para a professora da Universidade Federal de Viçosa, o melhor é investir na produção de matéria orgânica para aprimorar as características nutricionais do solo. "Com a agricultura pregada pela Revolução Verde, dispensa-se o serviço da biodiversidade prestado pelos organismos do solo", ressaltou.

A segunda participação do dia ficou por conta do pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, José Pedro Pereira Trindade. Instigados pela intensa cobertura vegetal em uma região com predomínio da pecuária, os pesquisadores da entidade decidiram investigar como os produtores locais conciliavam a atividade produtiva (criação de bovinos, caprinos e ovinos) e a preservação dos recursos naturais (campo nativo). A investigação deu origem ao Projeto Alto Camaquã, desenvolvido com pecuaristas familiares de Bagé, Pinheiro Machado, Piratini, Santana da Boa Vista e Caçapava do Sul.

O Seminário contou com a participação do pecuarista familiar de Pinheiro Machado, Oneide Garcia de Garcia. O produtor apresentou os resultados obtidos e ressaltou a importância de se registrar os dados referentes ao clima da região e aos animais para se ter melhor controle da atividade. O último palestrante da parte da manhã foi o professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do RS, Valério da Patta Pillar, que falou sobre biodinâmicas, processos e serviços ecossistêmicos dos campos.

Ao encerrar a sua participação, o professor destacou a necessidade de se formarem técnicos e pecuaristas mais atentos para a importância de manejar o campo. "É preciso formar técnicos que sejam mais pastores e menos agricultores", concluiu Pillar. O XI Seminário Internacional sobre Agroecologia e o XII Seminário Estadual sobre Agroecologia prosseguem até esta quarta-feira (30-11), no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre.

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