Serviços avançam enquanto varejo perde força

O cenário econômico recente combina sinais mistos entre ambiente internacional e indicadores locais, com influência direta sobre expectativas para inflação, juros e câmbio, segundo relatório do Rabobank A reabertura do governo dos EUA após um período prolongado ainda não normalizou totalmente o ritmo das atividades, enquanto dados de emprego mostram criação moderada de vagas e alta na taxa de desemprego.

Segundo análise, a política monetária brasileira continua sob tom mais restritivo após a divulgação da ata mais recente, que reforça a preocupação com pressões inflacionárias. O documento indica que o impacto da ampliação da isenção do imposto de renda já foi incorporado às projeções oficiais. Ao mesmo tempo, a inflação de outubro ficou abaixo do esperado, influenciada sobretudo pela queda na energia elétrica, o que levou o índice a se aproximar do limite superior da meta.

A atividade mostra comportamento desigual. O setor de serviços manteve trajetória de expansão e atingiu novo recorde, com crescimento contínuo ao longo de vários meses. Por outro lado, as vendas do varejo ampliado voltaram a registrar desempenho fraco em setembro, após resultado positivo em agosto. No ambiente externo, os Estados Unidos retiraram tarifas sobre produtos do agronegócio brasileiro, enquanto indicadores locais apontam moderação no ritmo econômico no terceiro trimestre.

A volatilidade cambial permanece elevada. A incerteza tarifária e o quadro geopolítico ampliaram a pressão sobre moedas emergentes, levando o real a registrar desempenho inferior ao de seus pares. A moeda americana encerrou a última semana cotada acima de cinco reais e, apesar da diferença de juros ainda favorável ao mercado local, a expectativa é de que o dólar encerre o ano em patamar mais alto.