Servidores da Conab fazem greve de 24 horas em MT por PCCS
Os servidores alegam que o governo vem recuando no que diz respeito ao cumprimento do acordo, sob o argumento da crise financeira mundial
Todos os servidores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Mato Grosso estarão de braços cruzados nesta quarta-feira (16) em uma manifestação nacional para pressionar o governo no intuito de colocar em prática o acordo coletivo firmado no ano passado e o Plano de Cargo, Carreira e Salários (PCCS). A paralisação das atividades terá duração de 24 horas e envolve 50 servidores no Estado. A ação tem apoio do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT). Os servidores alegam que o governo vem recuando no que diz respeito ao cumprimento do acordo, sob o argumento da crise financeira mundial.
Os servidores no entanto, contestam as ajudas oferecidas pelo governo federal a outros setores econômicos, como por exemplo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a linha branca de eletrodomésticos, veículos e material de construção. Hoje, a partir das 8h, os servidores se reúnem na rua Padre Gerônimo Botelho, no bairro Dom Aquino, e à tarde, a categoria se mobiliza para doação de sangue. A atitude visa ajudar o estoque de sangue nos hemocentros, além de fortalecer a ideia de uma manifestação pacífica.
O presidente do Sindsep-MT, Carlos Alberto de Almeida, afirma que o acordo firmado com o governo no ano passado deveria ser cumprido em 2009 e 2010, e que como o governo não se posiciona sobre o assunto eles vão paralisar as atividades como forma de protesto. "Temos diretos e o governo está sendo seletista. Queremos o cumprimento do acordo firmado em 2008", diz ao afirmar que há pontos como reajuste salarial que não é efetuado há anos, por exemplo.
No dia 30 de abril deste ano, os servidores técnicos de nível superior 1 da Conab também paralisaram os trabalhos, por 24 horas, pedindo que o governo aprovasse de forma imediata o PCCS da categoria. À época, o plano sugeria um salário de R$ 3,3 mil, enquanto que os salários eram de R$ 1,3 mil. Ao todo, oito servidores participaram da paralisação. Um mês antes do movimento ocorrer, o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest) havia encaminhado à companhia um ofício desaprovando o PCCS, sob a alegação de que o plano teria falhas estruturais.
As discussões sobre o Plano de Cargo, Carreira e Salários e também a insatisfação com relação aos salários dos servidores vem sendo conduzida pelo sindicato, assim como a implantação de um plano definitivo. Para os servidores da Conab, o tratamento deve ser igualitário se comparado a outros cargos públicos, já que o que ocorre é o contrário, uma vez que muitos servidores públicos em outros órgãos têm salários superiores aos pagos para os que trabalham na companhia.
A insatisfação é tamanha que muitas pessoas que passam nos concursos públicos para trabalhar na Conab, acabam desistindo com o tempo, motivadas pela inexistência de um plano de carreira e porque o salário é bem abaixo do pago aos servidores que trabalham, muitas vezes na mesma função, mas em outros órgãos do executivo federal.
A reportagem tentou contato com a superintendência da Conab em Mato Grosso, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.