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Setor de adubos reage e conclui ano com volume igual a 2005

O último balanço da Anda deverá trazer aumento de até 1,5% sobre o ano passado


A disparada de preços no setor de adubos e fertilizantes fará a indústria fechar o ano com um volume igual ou ligeiramente superior ao de 2005. O último balanço do ano da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) previsto para ser divulgado no final deste mês deverá trazer aumento de até 1,5% sobre as 20,194 milhões de toneladas entregues ao consumidor final em 2005. A Anda previa uma queda no volume de quase 4% antes da disparada de preços do trigo, milho e soja na bolsa de Chicago desde outubro passado.

"Digamos que os problemas se atenuaram mais do que o esperado. Houve um início de liberação de crédito pelo Banco do Brasil e houve também um crescimento não comum, mas espetacular nos preços de grãos", diz o diretor executivo da Anda, Eduardo Daher. Apesar deste resultado estar além do esperado, as 20,1 milhões de toneladas de fertilizantes de 2005 foi um volume inferior ao dos dois anos anteriores a ele.

O ano de 2003 totalizou 22,79 milhões de toneladas destes insumos. No ano de 2004 foram 22,76 milhões.

"Apesar disso fala-se em uma redução de área que não ocorreu da forma prevista", diz Daher. Segundo o diretor executivo da Anda, o próximo ano promete ser muito melhor. "E o nome desta melhora é Agroenergia. A demanda por produtos agrícolas para a energia deve incrementar a demanda que já existe para a alimentação. A cana por exemplo tem uma tendência de ter metade de sua produção voltada ao etanol", diz Daher.

Já a receita com fertilizantes deve fechar o ano com queda de até 8%. Segundo Daher, os preços mantiveram-se baixos durante quase o ano todo apesar da alta no final do exercício. Aliado a isso há o problema do real ainda muito valorizado em relação ao dólar. "É um problema que não é de agora e para nós pesa muito já que 75% de nossos preços são dolarizados", diz.

Já a troca de produtos agrícolas por fertilizantes tem ficado mais cara desde 2003. A operação tem sido majoritária nas negociações com tradings que fazem compra antecipada de grãos. Segundo a analista Maria Amélia Tirloni, da Agência Rural, algumas tradings fizeram esta troca obrigatória na hora de conceder financiamento aos produtores.

Em 2003 uma tonelada de fertilizantes valia 15,5 sacas de 60 quilos de soja, em 2004 foi a 17,3 e no ano passado 19,8. Este ano este custo poderá até aumentar segundo analistas.

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