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Setor de sementes prevê quebra de até 40%

Empresas agrícolas que dependem da lavoura, tiveram o início de ano complicado.


Não foram apenas os produtores que sofreram com a quebra de safra neste início de ano. Empresas do segmento agrícola, que dependem da lavoura, também tiveram o início de ano complicado. É o caso da Sementes Vedovati, de São Jerônimo da Serra, que dedica toda a sua produção para o desenvolvimento de sementes. A quebra neste mercado - que no caso desta empresa deve ficar entre 25% e 30% para a soja - pode atrapalhar toda a comercialização de sementes, encarecendo os custos de produção de forma geral na próxima safra. A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) prevê uma quebra na produção de sementes entre 30% e 40%.

Apenas 10% foi colhido da área do produtor Odair Vedovati, mas a média não está como a esperada: algo em torno de 54 sacas por hectare (ha). O plantio começou a partir do dia 22 de outubro e a área total é de 1,3 mil hectares. "Quando plantamos, a expectativa era muito grande, já que o desenvolvimento da cultura foi impressionante, mas o deficit hídrico nos atrapalhou. Nosso aproveitamento dos grãos para sementes no ano passado foi de 80%. Nesta safra, certamente será bem menor", lamenta o engenheiro agrônomo responsável pelo trabalho, Sérgio Leandro Granado.

De qualquer forma, quando comparado com outras regiões, a sementeira não pode lamentar, já que a média é razoável até o momento. "Vamos continuar investindo em tecnologia, principalmente na correção do solo. Tenho certeza que esses investimentos foram fundamentais para que ficássemos com essa média, mesmo com a situação climática que passamos. A diferença com áreas vizinhas aqui da nossa região foi gritante", comenta Granado.

Como a cidade fica a 900 metros de altitude, o plantio de trigo é predominante no inverno. Para a produção das sementes do cereal, a expectativa é boa. O plantio deve acontecer a partir do dia 25 de março e a produtividade, se tudo seguir bem, de 63 sacas/ha. "Na safra 2012/13, nossa expectativa era de 70 sacas/ha, mas passamos por três geadas e fechamos com média de 50 sacas/ha, uma quebra de 20%."

Em relação aos preços de comercialização da semente de trigo, a empresa está animada. "De 2013 para cá percebemos um aumento de liquidez da cultura e hoje nosso trigo é completamente focado na qualidade, como o mercado dos moinhos exige", complementa o engenheiro agrônomo. (V.L.)

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