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Setor sucroalcooleiro continua balançando na corda do mercado

Açúcar me baixa, margens de etanol e açúcar se igualando, endividamento do setor, produção abaixo do esperado. Algumas das questões que assombram o setor


A Archer Consulting – empresa especializada em gestão de riscos para commodities agrícolas – acaba de publicar mais um estudo com novas estimativas sobre o setor sucroenergético, estimando que a safra 2012/2013 do Centro-Sul seja de 508 milhões de toneladas, divididos em 32,51 milhões de toneladas de açúcar e 21,2 bilhões de litros de etanol.


O custo de produção do anidro e do hidratado, de acordo com o estudo é de R$ 1,1846 e 1,1372, por litro na usina, respectivamente. Já o mercado de açúcar em NY fechou mais uma semana em baixa.

“A rentabilidade do açúcar, apesar do dólar mais forte em relação ao real, está minguando. Se a usina fizer o NDF do dólar (operação a termo para fixação futura da moeda, oferecida pelos principais bancos financiadores do setor) obteria um retorno médio de 15,5% sobre o custo de produção. Seria uma boa oportunidade”, avalia Arnaldo Correa, gestor de riscos e diretor da Archer Consulting.

Especialistas do mercado afirmam que mesmo com uma safra pequena, a produção de etanol será mais do que suficiente para atender à demanda de etanol e que mais açúcar deverá ser produzido. “Some-se a esse quadro baixista a safra estupenda da Tailândia, a autorização pelo governo indiano de mais exportação por parte daquele país e o mundo pode viver sem o Brasil”, completa Arnaldo.

De acordo com o gestor de riscos, as margens de contribuição do açúcar na exportação e do etanol no mercado interno estão se alinhando. “Isso quer dizer que estamos próximos do nível em que, para as usinas, começa a fazer sentido mudar o mix”, arremata.


Estimativas do mercado dão conta de que o PIB do setor sucroalcooleiro é de R$ 42 bilhões, o mesmo valor do endividamento. “Se fizermos uma conta do custo da dívida e da margem de comercialização necessária para amortizá-la e dar espaço para um crescimento sustentável para os próximos 5-10 anos, a conta não fecha”, conclui Arnaldo.

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