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Simers reúne-se com governador do RS e afirma que preço alto do aço dificulta o setor no Estado


O Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) reuniu-se ontem (05-02) com o governador do Estado, Germano Rigotto, para solicitar maior incentivo do governo às empresas do setor. As multinacionais do Estado são responsáveis pela produção de 52% das máquinas e implementos do país, porém este número não está sendo suficiente para garantir a permanência destas no RS. Estados do Centro-Oeste do país estão oferecendo benefícios aos empresários gaúchos para que se instalem na região, que detém a maior produção de soja do Brasil.

Segundo o presidente do Simers, Claudio Bier, a localização e a produção dos Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás favorecem as empresas de máquinas. Ele citou por exemplo a Kepler e Weber, de Panambi, que instalou uma grande unidade em Mato Grosso. Para ele, a principal dificuldade enfrentada pelas empresas do Rio Grande do Sul é o alto preço do aço, que apresentou alta 44% no ano passado. “O aço é a principal matéria prima para a fabricação das máquinas. Com a proximidade de Estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, onde há empresas que fabricam este insumo, ficaria mais fácil se instalar no Centro-Oeste porque teríamos custos menores”, alerta Bier. Para este ano, o Simers foi comunicado que haverá um novo aumento no preço do aço, desta vez de 9%.

O sindicato frisou, durante a reunião, mais outros quatro ítens do documento que foi apresentado ao governador. Entre eles a prorrogação do decreto número 42083 de 30 de dezembro de 2002, que estabelece a redução da base de cálculo das saídas de máquinas e implementos agrícolas que vige até o dia 30 de abril deste ano. Outro fator é a inclusão dos implementos agrícolas e da pecuária do diferimento do ICMS nas aquisições e importações de insumos. Permitir a transferência do saldo credor do ICMS apurado pelo contribuinte a seus fornecedores e outras empresas estabelecidas no Estado, e, por último, incentivos à maior feira agropecuária do Estado, a Expointer.

Germano Rigotto aceitou as propostas do setor e garantiu trabalhar o mais breve possível com o secretário da Fazenda do Estado, Paulo Michelucci, para facilitar os impostos cobrados pelo RS e garantir os incentivos reivindicados pelos empresários. Ele destacou que foi a favor da redução do ICMS nos Estados e do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) quando fora deputado federal. Ontem pela manhã, Rigotto esteve presente na inauguração da ampliação das novas instalações da AGCO do Brasil, a maior fabricante de tratores da América Latina da marca Massey Ferguson, em Canoas. Ele ressaltou a importância do investimento de US$ 35 milhões da AGCO e de US$ 12,5 milhões da John Deere, em Horizontina. Rigotto acredita que os números do setor continuarão em alta porque confia na permanência do programa Moderfrota.

O mercado de máquinas agrícolas automotrizes, em 2002, apresentou o melhor desempenho dos últimos quinze anos (desde 1988), com a produção de 52.010 unidades. O aumento foi de 17,3%, em comparação com a produção do ano anterior, estimulado pelo acréscimo das vendas no mercado interno, que cresceram 19,8% (de 35.523 em 2001 para 42.564 em 2002), e das exportações, que evoluíram 26,4% (de 8.246 em 2001 para 10.421 no ano passado). No agregado (mercado interno mais exportações) foram comercializadas 52.985 unidades ante 43.769 negociadas no ano anterior.

As vendas no mercado interno foram crescentes para todos os tipos de máquinas agrícolas: colhedeiras, com elevação de 37,8%; tratores de rodas (mais 17,8%); cultivadores motorizados (22,7%); retroescavadeiras (12,2%) e tratores de esteira (10,5%). Esse desempenho reflete as novas perspectivas observadas no meio rural brasileiro (colheita de safra recorde e melhoria da renda dos produtores com incremento real nos preços das commodities).

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