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SLC Agrícola avança em algodão e soja e testa cana

Na safra 2006/07, cultivou 32.254 hectares de algodão e 68.537 mil hectares de soja


Dizem os numerólogos que o número oito representa espírito de liderança, poder, organização, perseverança e autoconfiança. A família Logemann, fundadora do grupo SLC não era adepta da numerologia. "Mas como o primeiro nome com oito letras deu certo, os dirigentes preferiram manter a estratégia", afirma Laurence Beltrão Gomes, diretor de relações com investidores da SLC Agrícola.

Oito letras tem a palavra Paineira, nome da primeira fazenda adquirida pelo grupo em 1977, em Coronel Bicaco (RS) - hoje não mais pertencente à empresa. Em 1979, a empresa iniciou sua expansão para o Centro-Oeste. A primeira propriedade comprada foi a Pamplona, em Goiás.

Hoje, a SLC tem oito fazendas - Palmeira, Parnaíba e Planeste, no Maranhão, Panorama, na Bahia, Pamplona, em Goiás, Planorte e Paiaguás, no Mato Grosso, e Planalto, no Mato Grosso do Sul. Todas de nomes com oito letras. "Não é superstição, foi uma metodologia que deu certo. Tomara que a empresa tenha dificuldades para encontrar muitos nomes, porque a meta é crescer muito", diz.

Neste ano, a SLC Agrícola - que começou a negociar ações na Bovespa em junho passado - realizou uma série de investimentos para ampliar a produção de algodão e soja e iniciou testes para entrar no setor sucroalcooleiro. Em julho, a empresa adquiriu 4.224 hectares de terras e arrendou outros 3 mil em Cristalina (GO). No mesmo mês, comprou 3.357 hectares em Diamantino (MT). Conforme Beltrão, a empresa vai plantar 168 mil hectares na safra 2007/08, ante 117 mil no ciclo anterior, um aumento de 43,5%.

"A maior expansão ocorreu na Bahia, onde a SLC adquiriu fazenda de 23,6 mil hectares. Quase todos os Estados terão aumento de área", diz Beltrão. A aposta será concentrada no algodão e na soja.

Na safra 2006/07, a SLC cultivou 32.254 hectares de algodão e 68.537 mil hectares de soja. Segundo o diretor, a empresa ainda não definiu as áreas para cada cultura, mas o algodão - hoje responsável por 50% do faturamento da SLC - terá o maior incremento. "Estamos muito animados com a melhora nos preços internacionais da soja e do algodão. Com a redução do plantio dessas culturas nos Estados Unidos, melhoram as condições para o Brasil competir", diz.

De acordo com Beltrão, hoje a SLC exporta 50% do que produz - no caso do algodão, esse índice é de 60% e tende a aumentar nos próximos anos. "O cerrado brasileiro é ideal para o cultivo de algodão com alta qualidade. Tem topografia plana e um regime de chuvas bem definido", observa. O executivo confirmou que a empresa já negociou exportações de algodão para até 2010, mas prefere manter os números em sigilo.

A SLC também reforçará as suas apostas na cana-de-açúcar. Neste ano, a empresa começou a testar variedades em três das suas oito fazendas. "A entrada no mercado sucroalcooleiro está nos nossos planos, mas ainda não há nada previsto para o curto prazo", afirma Beltrão. No prospecto de oferta pública de ações enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa incluiu como meta a "atividade agroindustrial de industrialização de cana-de-açúcar, de produção própria e adquirida de terceiros, fabricação e comércio de açúcar, álcool e seus derivados."

Se repetir o bom desempenho do primeiro semestre, a empresa pode encerrar o ano com crescimento acima de sua média histórica, de 11% ao ano. De janeiro a junho, a SLC Agrícola teve aumento de 28,5% em sua receita líquida consolidada ante igual intervalo de 2006, para R$ 114,9 milhões. A expansão foi puxada pela alta das vendas de soja, que passaram de R$ 53,2 milhões para R$ 70,7 milhões. No semestre, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 2,659 milhões, ante prejuízo de R$ 8,385 milhões em igual intervalo de 2006.

A SLC Agrícola fez a oferta pública inicial de ações em 15 de junho, e teve seus papéis vendidos a R$ 14, cada, o que garantiu capital de R$ 426,13 milhões. Na sexta-feira, as ações encerraram a R$ 14,50, em queda de 1,36% no dia. No mês, as ações desvalorizaram 9,94% mas, desde o IPO, acumulam valorização de 3,57%. O Grupo SLC é formado pelas empresas SLC Agrícola, SLC Alimentos, SLC Comercial de Máquinas Agrícolas, SLC Mercantil de Cereais, Evaux Participações, Personal Holding Company, Ouro Verde Turist Hotel, Uniflex Limited, Fazenda Parnaíba, SLC Empreendimentos e Agricultura, Fazenda Pianorte, Fazenda Paiaguás e Ferramentas Gerais.

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