No Brasil, os preços seguem estáveis - Foto: Divulgação
A TF Agroeconômica informou que o mercado global de soja vive um momento de forte incerteza diante do silêncio da China sobre as compras anunciadas pela Casa Branca e o avanço de aquisições de soja brasileira, que ultrapassaram 1,2 milhão de toneladas na última semana. Embora o governo chinês tenha autorizado três grandes tradings americanas a retomar exportações ao país, os volumes prometidos por Donald Trump (25 milhões de toneladas anuais) ainda estão abaixo da média histórica de compras chinesas, que gira em torno de 28,5 milhões.
Com as cotações acima de US$ 11/bushel, a recomendação da TF é clara: é hora de vender, como já fazem os produtores americanos, especialmente nas cargas destinadas à exportação. No Brasil, os preços seguem estáveis, com leve alta de 0,10% no mês, sustentados pela demanda de óleo para biodiesel. As margens permanecem atrativas, com lucros médios variando entre 5,59% no Paraná e 13,71% em Minas Gerais.
Entre os fatores de alta, destacam-se o restabelecimento das licenças de importação chinesas, a recuperação técnica em Chicago após operações de hedge e o volume recorde de importações da China em outubro, que somou 9,48 milhões de toneladas, ou seja, 17,18% acima do mesmo mês de 2024. Por outro lado, pesam contra o mercado a ausência de confirmações oficiais das novas vendas americanas, o aumento da pressão de venda dos produtores dos EUA e o avanço do plantio brasileiro, que já cobre 47,1% da área total de uma safra estimada em 177,64 milhões de toneladas.
Na análise técnica, a TF aponta que houve realização de lucros e queda de 11 mil contratos em aberto, com o farelo liderando as baixas após o fim da ameaça de greve na Argentina. Apesar da correção recente, os gráficos de longo prazo permanecem positivos, e o suporte técnico está em US$ 10,97/bushel, com tendência de estabilidade após o movimento de sobrecompra.