Soja: esmagamento da Argentina pode cair para 56%
“Nos últimos 10 anos, a produção de soja na Argentina teve uma queda de 6 milhões de toneladas"
Agrolink
- Leonardo Gottems
Foto: Leonardo Gottems
A taxa de utilização da indústria de esmagamento da Argentina pode cair para 56% no final do ciclo de produção 2021/22, ante 62% na temporada 2020/21, segundo a TF Agroeconômica. Essa é uma das taxas mais baixas em mais de uma década, segundo um novo estudo da Câmara Local de Esmagamento e Exportação de Oleaginosas -Ciara-CEC.
“Se finalmente alcançada, essa taxa de utilização seria a segunda menor da última década, ficando apenas acima dos 53% registrados em 2011/12. O relatório também observou o declínio gradual da capacidade da Argentina na última década e a ascensão do vizinho Brasil”, disse a TF. “Nos últimos 10 anos, a produção de soja na Argentina teve uma queda de 6 milhões de toneladas, 9%, de 50 para 44 milhões de toneladas”, completou a câmara no relatório.
No mesmo período, o Brasil foi o país com o maior aumento em sua produção, de 69 milhões de toneladas, ou 91%, passando de 75 para 144 milhões de toneladas, enquanto a produção de soja nos Estados Unidos teve um aumento de 28 milhões de toneladas, equivalente a 31%, passando de 91 para 119 milhões. “A Argentina perdeu oportunidades de mercado, que foram aproveitadas pelos Estados Unidos e Brasil, que conseguiram atender ao aumento da demanda e do comércio mundial da soja e seus derivados”, concluiu Ciara.
Falando em Brasil, as notícias de redução de atividade industrial na China soaram como navalha aos esmagadores brasileiros, que reduziram preços em negócios de volume esta semana. “Especula-se que, a partir da redução, tradings que possuem filiais de esmagamento no Brasil e na China, tais como Dreyfus, Cofco, Cargill e outras, tenham sido cobradas a esmagar mais, seja pela demanda latente no país, seja pela participação global nos negócios, onde se espera que bons resultados por aqui compensem perdas de esmagamento por lá”, conclui.