Soja fecha em alta no dia, mas acumula perdas
O fator que mais influenciou os mercados foi a decisão do governo argentino

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou a sexta-feira em leve alta, mas acumulou queda no fechamento semanal. Segundo informações da TF Agroeconômica, o contrato de novembro subiu 0,15% (US$ 1,50 cents/bushel), encerrando a US$ 1.013,75/bushel. O contrato de janeiro avançou 0,15% (US$ 1,75 cents/bushel), a US$ 1.033,00/bushel. No farelo, o contrato de outubro teve alta de 0,07% (US$ 0,20/ton curta), a US$ 268,8, enquanto o óleo de soja para outubro recuou 0,28% (US$ -0,14/libra-peso), a US$ 49,60.
De acordo com a consultoria, as altas do dia foram sustentadas por compras de oportunidade, após os preços terem atingido na semana o menor patamar em seis semanas. O movimento foi insuficiente, porém, para compensar as perdas acumuladas: no período, a soja recuou -1,15% (US$ -11,75 cents/bushel), o farelo caiu -5,0% (US$ -14,1/ton curta) e o óleo recuou -0,86% (US$ -0,43/libra-peso).
O fator que mais influenciou os mercados foi a decisão do governo argentino de suspender temporariamente as “Retenciones”, imposto sobre a exportação de grãos. O limite de US$ 7 bilhões em vendas foi rapidamente atingido, ampliando a originação de grãos e subprodutos para a China. Esse movimento reduziu a janela de vendas da soja dos Estados Unidos para o mercado chinês, tradicionalmente mais aberta no início do ano.
A situação ainda ganha contornos políticos. Sem recorrer à soja americana, a China pressiona diretamente um dos setores mais importantes da base eleitoral de Donald Trump, em meio à temporada de colheita nos Estados Unidos. Esse cenário reforçou a pressão baixista sobre os preços ao longo da semana.