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Soja pode voltar a US$ 14?

De acordo com Bill Tierney, o mercado da soja neste ano está “finalmente equilibrado”


Foto: Pixabay

Com a demanda aquecida nos Estados Unidos e os impactos de um clima seco e quente provocado por La Niña, a soja pode voltar ao patamar de US$ 14 por bushel na Bolsa de Chicago. A projeção é do economista-chefe da AgResource Company, Bill Tierney, ao salientar que as exportações americanas para a China devem aumentar nas próximas semanas.

Os preços futuros da soja na Bolsa de Chicago recentemente atingiram os patamares mais baixos desde março, quando o vencimento de novembro/21 caiu para US$ 11,96 por bushel em 13 de outubro. Mesmo assim, a AgResource acredita que as cotações da oleaginosa poderiam subir novamente.

De acordo com Bill Tierney, o mercado da soja neste ano está “finalmente equilibrado”, com uma demanda recorde e expectativas de uma safra recorde na América do Sul. Ele destaca que os preços da oleaginosa caíram drasticamente nos últimos meses com a melhora das perspectivas de rendimento nos Estados Unidos, interrupções logísticas causadas pelo furacão Ida e avanço da semeadura da soja no Brasil.

Além disso, ressalta o economista da AgResource, recentemente o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou a produção da safra 2020/21 norte-americana. Por outro lado, os EUA exportaram de março a agosto apenas 855 mil toneladas para a China, contra 5,7 milhões de toneladas no ano anterior, o que também pesou contra os preços.

Nas últimas semanas, de acordo com Tierney, o lineup de navios indica que os norte-americanos devem embarcar 4,84 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde. Assim, as inspeções de soja para exportação nas próximas semanas deverão refletir este volume expressivo.

Ele explica que quase toda a soja que aguarda ser carregada nos Estados Unidos tem como destino a China e que os embarques ao país asiático neste mês estão no ritmo de alcançar 8,37 milhões de toneladas. Se isso se concretizar, o volume será quase 10 vezes maior do que as exportações de setembro e chegaria perto das 8,72 milhões de toneladas do ano passado.

“Quando contabilizamos os navios que estão carregando soja para a China nos portos ao redor do mundo, concluímos que os chineses deverão importar 13 milhões de toneladas em novembro, maior valor da história”. Atualmente, o recorde mensal de importação da oleaginosa de 11,16 milhões de toneladas, que aconteceu em julho de 2020.

Tierney lembra que que os preços da soja tendem a atingir os patamares mínimos durante a metade da colheita dos EUA e depois aumentam conforme a demanda para exportação e o esmagamento começa a ganhar ritmo. “Esperamos que o Brasil tenha uma safra recorde de soja neste ano, mas o La Niña pode deixar o clima mais quente e seco do que o normal na Argentina”, diz ele.

“Esta demanda combinada com um problema climático na Argentina poderia elevar os preços na Bolsa de Chicago para US$ 14 por bushel. Porém, se a safra argentina ficar muito abaixo das expectativas, as cotações poderiam voltar ao nível médio de US$ 16 por bushel”, conclui Tierney.

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