Soja recua no Brasil apesar de alta em Chicago
Combinação entre câmbio,prêmios e incertezas climáticas deve manter o mercado volátil
Foto: Expodireto Cotrijal
Mesmo com a soja mantendo cotações superiores a US$ 11,00 por bushel na Bolsa de Chicago durante todo o mês de novembro, o mercado brasileiro segue pressionado por fatores internos, como a valorização do real frente ao dólar e a queda dos prêmios nos portos. Os preços pagos ao produtor recuaram em diversas praças.
Segundo dados divulgados pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o saco de 60 kg de soja foi comercializado entre R$ 118,00 e R$ 128,00 nas principais regiões produtoras, enquanto no mesmo período de 2024 os valores variavam entre R$ 120,00 e R$ 148,00.
Apesar da alta em Chicago — que fechou a última quarta-feira (26/11) em US$ 11,31 por bushel, contra US$ 11,22 na semana anterior —, os prêmios nos portos brasileiros caíram significativamente. Esse movimento, somado ao recuo cambial (com o dólar cotado a R$ 5,35, frente aos R$ 5,80 de um ano antes), reduziu a competitividade da soja brasileira no mercado externo.
No campo, o plantio avança em ritmo ligeiramente acima da média. Segundo a Conab, até o dia 22 de novembro, 78% da área esperada no país estava semeada. O Mato Grosso já alcançava 99,1% da área, enquanto o Rio Grande do Sul, com clima mais instável, chegava a 47%.
A questão ambiental também pautou o setor nesta semana. Durante a COP30, dados da Serasa Experian indicaram que 90,7% das áreas de soja monitoradas na Amazônia Legal e no Cerrado estão em conformidade socioambiental, sem sobreposição com desmatamentos recentes. A combinação entre câmbio, prêmios e incertezas climáticas deve manter o mercado volátil nas próximas semanas.