Soja recua no Brasil apesar de leve recuperação em Chicago
Ainda assim, o mercado interno brasileiro seguiu em viés de baixa,

O mercado da soja encerrou a primeira semana de outubro sob pressão no Brasil, mesmo com sinais de recuperação nos preços internacionais. Entre 26 de setembro e 2 de outubro, o bushel da oleaginosa em Chicago saiu de US$ 10,12 para US$ 10,23, impulsionado por um corte de 8% nos estoques trimestrais dos EUA e expectativas de retomada no comércio com a China. Ainda assim, o mercado interno brasileiro seguiu em viés de baixa, com a média semanal no Rio Grande do Sul em R$ 122,46/saca.
Segundo o CEEMA/Unijuí, os prêmios mais fracos nos portos e o câmbio estável ao redor de R$ 5,30 impactaram negativamente os preços no país. Em praças como Não-Me-Toque (RS), Nonoai (RS) e Pato Branco (PR), a soja foi cotada a R$ 119,00/saca, enquanto em Maracaju (MS) chegou a R$ 123,00.
O plantio da nova safra de soja 2025/26 avança lentamente, alcançando 3,2% da área estimada, segundo a AgRural. A StoneX projeta uma produção nacional de 178,6 milhões de toneladas, podendo chegar a 180 milhões se o clima colaborar. Essa expectativa de safra cheia também pressiona as cotações, reduzindo o apetite comprador neste início de ciclo.
Outro fator de influência é a relação comercial entre EUA e China. A soja deve integrar a pauta de uma nova rodada de negociações entre os presidentes dos dois países, o que pode resultar na suspensão das tarifas aplicadas por Pequim desde maio. O mercado internacional reagiu positivamente à notícia, mas ainda de forma contida.
Com a colheita norte-americana atingindo 19% da área, e 62% das lavouras em boas ou excelentes condições, a atenção agora se volta ao relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para 9 de outubro. A expectativa é de atualizações relevantes sobre estoque, produção e exportações, o que pode mexer com os preços também no Brasil.