Soja sobe em Chicago com retomada de compras chinesas
No mercado brasileiro, o comportamento foi distinto do cenário externo
No mercado brasileiro, o comportamento foi distinto do cenário externo - Foto: Nadia Borges
Os preços da soja registraram novo movimento de valorização no mercado internacional ao longo de novembro, sustentados por fatores comerciais e climáticos que seguem influenciando as expectativas para a safra 2025/26. Segundo análise do Itaú BBA, o contrato da oleaginosa na Bolsa de Chicago acumulou a terceira alta consecutiva no mês, com avanço de 8,4% em relação à média de outubro, atingindo USD 11,21 por bushel.
Nos primeiros dez dias de dezembro, a média recuou levemente para USD 11,18 por bushel, queda de 0,2%. A sequência de altas observada desde meses anteriores foi impulsionada pela retomada das compras chinesas de soja americana, o que destravou o fluxo comercial entre os dois países. Em novembro, as aquisições com embarque previsto para janeiro e fevereiro somaram 4,5 milhões de toneladas, equivalente a 37% do volume total prometido pela China, de 12 milhões de toneladas, com novas compras realizadas no início de dezembro.
No mercado brasileiro, o comportamento foi distinto do cenário externo. Em Sorriso, no Mato Grosso, referência para a comercialização, o preço da saca recuou 1,2% em novembro, para R$ 118,5, e seguiu em queda no início de dezembro, alcançando R$ 117 por saca. O plantio da safra avança para a fase final, marcado por irregularidade das chuvas e atrasos em algumas regiões, o que pode afetar a janela da segunda safra de milho.
A previsão climática aponta o pico do fenômeno La Niña em dezembro, com maior concentração de chuvas no Centro-Norte e redução dos volumes no Sul. Apesar das adversidades, as lavouras apresentam bom desenvolvimento. Caso as projeções climáticas se confirmem, a produção brasileira pode atingir novo recorde, estimada em cerca de 178 milhões de toneladas, com crescimento da demanda interna e externa, embora os estoques devam voltar a subir.