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Sojicultor economiza com transporte ferroviário e hidroviário


A opção do sojicultor pelo transporte ferroviário ou hidroviário no lugar do rodoviário pode gerar reduções de, respectivamente, 31% e 49% no gasto com frete. A previsão é de uma alta de até 20% no frete rodoviário para a soja em 2003, tudo isso por conta de pendengas internacionais.

Diferentemente do que muitos pensam, a crise política na Venezuela e a iminente guerra dos Estados Unidos contra o Iraque têm impacto direto no preço dos grãos produzidos e consumidos no Brasil. Isso porque ambos os países são referência para a cotação mundial dos combustíveis que, por sua vez, balizam o preço do frete rodoviário que incide no custo final desses produtos.

Para se ter uma idéia, somente no período de 27 de dezembro até 24 de janeiro, os preços dos combustíveis subiram cerca de 9,5%. Acompanhando a alta, os preços dos fretes rodoviários também tiveram um forte incremento. O frete da soja, por exemplo, aumentou 11% para a rota Primavera do Leste (MT) Porto de Paranaguá (PR).

Já no caso do farelo de soja, a elevação do frete variou de 8,5% a 15% nas rotas pesquisadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

Segundo o professor da Esalq e pesquisador do Cepea, José Vicente Caixeta Filho, a solução para o transporte de produtos agropecuários no País está na utilização de meios alternativos às rodovias, como as hidrovias e ferrovias. Para se ter uma idéia, o arroz chega a “viajar” 1.653 quilômetros até o ponto de consumo. Dados do Sistema de Informações de Frete (Sifreca), o frete unitário ferroviário médio (R$ 0,0425 tonelada/ quilômetro) é 31% inferior ao rodoviário (R$ 0,0537 t/km), enquanto o hidroviário (R$ 0,0274 t/km) representa uma economia de 49% em relação ao modal rodoviário. Se compararmos o ferroviário com o hidroviário, os custos caem 36% a favor do último.

O pesquisador afirma que há algumas referências de caráter mais prático, como as ‘distâncias econômicas universais’. O transporte rodoviário é recomendável para distâncias inferiores a 500 quilômetros. O modal ferroviário seria mais indicado para distâncias entre 500 e 1.200 km. Já o hidroviário o seria para distâncias superiores a 1.200 km.

Ferrovia e hidrovia

Segundo Caixeta, a atual malha ferroviária nacional comportaria o escoamento de toda a safra de grãos até os Portos de Paranaguá e Santos. Em relação às hidrovias, no caso particular do Estado de São Paulo, há uma extensão de 2.400 quilômetros navegáveis, somente levando-se em conta a hidrovia Tietê–Paraná. Ao longo de seu trajeto concentram-se várias cidades com elevado potencial de negócios, atingindo uma população de 50 milhões de habitantes com renda per capita de U$ 5 mil por ano. Hoje, a hidrovia Tietê–Paraná transporta apenas 14% de sua capacidade total, que é de 35 milhões de toneladas anuais.

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