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Sorriso: comunidade do Barreiro já plantou 500 ha de milho

Foram plantados 0,2% dos 2,2 milhões de hectares


Mesmo com a soja alagada, que impede o início da colheita de do grão e consequentemente o plantio de milho, alguns produtores de Sorriso aproveitaram as raras horas de sol para semear o grão. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram plantados 0,2% dos 2,2 milhões de hectares estimados para a segunda safra de milho no Estado. A capital da soja, Sorriso, é uma das mais adiantadas. Até agora 0,5% dos 300 mil hectares destinados ao grão já foram semeados. Uma das áreas mais antecipadas do município é a comunidade do Barreiro, onde produtores já chegaram a plantar 500 hectares de milho.

No município, segundo Sindicato Rural, a cultura do milho deve alcançar 28,5 milhões de sacas o que corresponde a 1,710 milhão de toneladas. A estimativa é de que a produção por hectare varie entre 90 a cem sacas. No ano passado, devido ao atraso no plantio da soja, e consequentemente na colheita, a área destinada ao milho safrinha reduziu em 20 mil ha, e a produtividade passou de 1.388 milhão (2010) para 1,2 milhão (2011). Atualmente cerca de 90% dos sojicultores de Sorriso produzem milho de fevereiro até junho. Porém, o milho é cultivado em apenas 40% da área destinada à soja. Com os preços em alta, o produtor sorrisense se antecipou e vendeu cerca de 50% do milho safrinha, e vai receber entre R$ 14 a R$ 17 a saca de 60 quilos.

Mercado

Com sete milhões de toneladas a menos de milho estocado nos Estados Unidos, a perspectiva é de que os preços do grão continuam firmes em Mato Grosso. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção norte-americana está estimada em 313,92 milhões de toneladas, frente a 316,17 milhões de toneladas colhidas em 2010/2011. Atualmente, o EUA tem guardado 21,49 milhões de toneladas de milho, o que, segundo o zootecnista e consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, é baixo e animador para os produtores brasileiros. “Os baixos estoques estão conseguindo sustentar o mercado internacional de grãos”, comenta. No Brasil, a estimativa é produzir 61 milhões de toneladas neste ano, já o estoque está em 9,5 milhões de toneladas, considerado “tranquilo” pelo consultor.

Outro fator que pode interferir positivamente no mercado do milho mato-grossense é a quebra da safra do milho no Sul do País. Conforme dados de órgãos locais ligados à agricultura, a perda de produção na região pode chegar a 40%, o que reflete na valorização do grão nos demais estados. A quebra da safra na Argentina e o aumento do processamento de ração e etanol nos Estados Unidos – que alcançou 50% de toda a produção interna, também pode abrir um leque de possibilidades de comercialização do milho brasileiro. Conforme análise de mercado do Rabobank Brasil, as cotações de soja e milho brasileiras podem alcançar uma das melhores médias da história.

No entanto, analistas ainda estudam os impactos do alto índice de chuvas na região Médio Norte do Estado, que começa a atrapalha na colheita de soja e plantio de milho. “Ainda é muito incerto afirmar como este alagamento nas lavouras de soja vai interferir nas commodities da oleaginosa e do milho. Tudo vai depender de quanto será a perda de produção, mas a demorar da chegada de soja nova no mercado já preocupa. Outra questão são os fungos, causados pelo excesso de chuva”, frisa o consultor da Scot.

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