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Syngenta pesquisa ferrugem asiática


Nos laboratórios da Syngenta na cidade de Stein, ao norte da Suíça, um grupo de quatro pesquisadores vem se dedicando exclusivamente à pesquisa do fungo P. pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja. "A ferrugem chamou nossa atenção em razão das perdas gigantescas que causou às lavouras de soja do Brasil", diz Hubert Buholzer, responsável pela administração do centro de pesquisa de Stein, onde a Syngenta centraliza todos seus estudos de defensivos agrícolas em todo o mundo. O estudo da ferrugem é uma das seis grandes prioridades da Syngenta. Por isso, a empresa destacou um grupo de pesquisadores dedicados exclusivamente à doença. Eles já visitaram lavouras no Brasil onde também, após trâmites burocráticos, recolheram esporos do fungo que agora são cultivados nos laboratórios de Stein. "É a primeira vez que conduzimos um estudo em razão de uma doença que está afetando sobretudo o Brasil", diz Buholzer. O fungo, detectado pela primeira vez no Centro-Oeste, hoje está espalhado por todo o País. Na safra 2003/04, o fungo da ferrugem foi o grande responsável pela quebra da safra brasileira, com perdas estimadas de US$ 2,3 bilhões. O Brasil deixou de colher 4,6 milhões de toneladas de soja, o equivalente a US$ 1,22 bilhão. O custo do controle químico da doença foi de US$ 860 milhões e o governo deixou de arrecadar US$ 201 milhões em impostos com a venda da soja que não foi colhida, informa o Centro Nacional de Pesquisa de Soja (Embrapa Soja). Em 2001/02 as perdas foram de US$ 125,5 milhões e subiram para US$ 1,3 bilhões no ano seguinte."O fungo da ferrugem está presente há muitos anos no meio ambiente, mas é a primeira vez que afeta um importante país produtor de soja", diz Buholzer. O fungo já atingiu também países vizinhos, como Argentina e Paraguai. Teme-se que os esporos cheguem até os EUA. A Syngenta já tem um agroquímico no mercado utilizado no combate da doença. "O problema é que o fungo é mutante e pode se fortalecer ainda mais. Por isso, precisamos pesquisar constantemente", afirma Buholzer. Buholzer diz que a Syngenta investe, em média, US$ 200 milhões na pesquisa e lançamento de um único novo produto. "Leva, em média, dez anos para colocarmos um produto no mercado", afirma o pesquisador, enquanto guia uma visita pelos 1.800 m² de laboratórios, equipado com máquinas feitas sob medida. "Alguns dos equipamentos você só encontra aqui. Foram feitos a partir de projetos nossos e não são comercializados". Criação de insetos O centro de Stein é responsável pela pesquisa de fungicidas e inseticidas. Por isso, a empresa cultiva fungos e também insetos. Para o desenvolvimento dentro de condições ideais, os insetos são alimentados com uma dieta especial: plantas frescas encontradas no habitat natural do inseto. Uma lagarta encontrada nos trópicos precisa de folhas típicas da região. Por isso, a Syngenta cultiva o alimento delas em 8 mil m² de estufas. As estufas simulam as condições de temperatura, umidade e luminosidade necessárias para o desenvolvimento das plantas. "Pode-mos simular o clima de qualquer parte do mundo", diz Buholzer. "Temos que fazer isso porque precisamos de um suprimento contínuo de ovos, larvas e insetos", afirma.

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