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Tecnologia é chave para ganhos de sustentabilidade no setor canavieiro

A posição foi defendida durante a abertura oficial do Ciclo de debates do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) na Rio+20


A indústria brasileira de cana-de-açúcar enfrenta desafios para se manter competitiva e, cada vez mais, produtos e processos vêm se alinhado de maneira sustentável para firmar o setor no mercado mundial. Para Luiz Fernando do Amaral, gerente de Sustentabilidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o etanol, a bioletricidade, o plástico verde e os demais derivados da cana são a resposta de que é possível atrelar desenvolvimento a boas práticas ambientais.

A posição foi defendida durante a abertura oficial do Ciclo de debates do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) na Rio+20, realizada de 11 a 15 de junho no auditório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. “Grandes impactos positivos na economia aconteceram quando alçamos a cana ao mundo e mostramos seus benefícios, como a eficiência energética e o alto poder de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GEEs). Sem a tecnologia em favor da sustentabilidade, isso não seria possível,” destacou Amaral.

O representante da UNICA destacou ainda modelos de gestão socioambiental praticados pela indústria da cana, como o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético de São Paulo, o Projeto RenovAção e o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar. “São programas e ações que potencializam os benefícios e mitigam os riscos ambientais, ao mesmo tempo que valorizam o trabalhador,” frisou Amaral.

Parceria CTBE + CGEE

Além de Amaral, participaram do debate o professor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Luiz Augusto Horta Nogueira; o pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Paulo Sérgio Graziano Magalhães; o especialista em energia da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), Manlio Coviello; e Helder Queiroz Pinto Jr., economista da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Foi justamente durante o ciclo de conversas dos especialistas que o CTBE e a CGEE lançaram o livro “Sustainability of Sugarcane Bioenergy” (Sustentabilidade da Bioenergia da Cana-de-Açúcar, na tradução para o português). Com dezessete capítulos, a publicação é resultado de dois anos de pesquisas sobre temas relacionados à indústria da bioenergia da cana, como a análise de ciclo de vida e balanços de energia e de GEEs, o uso da terra e sistemas integrados de produção e indicadores e certificações de sustentabilidade, como o Bonsucro, o Roundtable on Sustainable Biofuels e o Biofuel Scorecard, ferramenta desenvolvida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo o representante da CEPAL, o livro servirá para quebrar paradigmas e acabar com certos preconceitos sobre as práticas sustentáveis do setor sucroenergético. “As boas práticas ambientais e os exemplos brasileiros têm que ser bem comunicados para o mundo, por isso a importância deste livro,” destacou Coviello.

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