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Tecnologia para aumentar a oferta de reprodutores

O Brasil atende apenas 8% da demanda anual por touros provados para a reprodução em bovinos.


O Brasil atende apenas 8% da demanda anual por touros provados para a reprodução em bovinos. A necessidade, levando-se em consideração o rebanho de vacas e novilhas, estimado em 80 milhões de animais é de mais de 600 mil touros por ano, para reposição. Conforme o gerente técnico da Biogénesis Bagó, Reuer Gonçalves, hoje o país utiliza em torno de 13 milhões de doses de sêmen em inseminação artificial. “Os touros avaliados estão, em grande parte, nas centrais de inseminação. Com mais machos de qualidade disponíveis para a reprodução natural, o produtor poderia investir mais nestes animais”, garante.

Para aumentar a disponibilidade de reprodutores garantidos, uma alternativa é a genômica, uma ferramenta para selecionar touros com melhores atributos que elevariam o padrão do rebanho. Conforme o professor da Unesp, José Fernando Garcia, “em zebuínos é possível conseguir mais maciez da carne e rendimento de carcaça e, em gado europeu, melhora a resistência a carrapato e ao calor”, exemplifica. Garcia palestrou no último dia do 18º Congresso Estadual de Veterinária e 1º Encontro de Buiatria do Cone Sul, promovido pela Sociedade de Veterinária do Rio Grande do Sul, em Canela (RS). O impacto, conforme o professor, seria ainda maior no gado leiteiro, que demora, em média, sete anos para identificar um bom reprodutor. “Temos dezenas de características que podem ser observadas através da genômica, reduzindo para dois anos o tempo de reconhecimento de um animal desejável para reprodução”, afirma.

O evento reuniu, durante três dias, mais de 400 médicos veterinários e estudantes na Serra Gaúcha. Para o presidente da Sociedade de Veterinária do Rio Grande do Sul, Ricardo Bohrer, o alto nível dos palestrantes e os temas abordados trouxeram uma nova realidade para quem trabalha com ruminantes no Rio Grande do Sul e no Brasil. “Nossa preocupação foi levar o conhecimento técnico também ao produtor. A linguagem utilizada foi objetiva de forma que os profissionais estão atualizados e poderão implantar uma nova mentalidade no trabalho com pecuária”, comemora. Bohrer revela que foi acertada, durante o evento, a vinda do próximo Congresso Nacional de Buiatria para o Rio Grande do Sul, em 2019. O vice-presidente do CRMV-RS, José Arthur Martins, destacou o reconhecimento de palestrantes e público presente sobre a qualidade das apresentações. “Isso nos motiva a trazer um evento ainda maior para 2019”, explica.
 

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