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Tecnologias para aumentar produtividade e intensificação são chaves para produzir e preservar

Mais de 66% do País é destinado à proteção da vegetação nativa



Foto: Divulgação

“Produção e preservação: este é o nosso jogo!”. Como esse título provocativo, na primeira semana das Olimpíadas 2024, o chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, mostrou, na Rio+Agro, como a produção agropecuária brasileira evoluiu desde a década de 1970, conciliando produção e preservação ambiental. “Foi um planejamento estratégico do País, ao longo de muitas décadas. O Brasil, que era importador de alimentos, se transformou nessa grande potência, mantendo a sustentabilidade como premissa”, disse na palestra apresentada no dia 1º de agosto, no painel “Programa Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e seus impactos na sustentabilidade agrícola” do evento, realizado no Rio de Janeiro, RJ.

Spadotti mostrou que a produção e pecuária do Brasil, que abastece o mercado interno e boa parte do mundo, ocupa 30,2% do território nacional, somando pastagens, lavouras e florestas plantadas. Mais de 66% do País é destinado à proteção da vegetação nativa, metade dela dentro das propriedades rurais. “Mas e daqui para frente? Nós vamos continuar sendo protagonistas na preservação ambiental ou, para aumentar a produção, vamos precisar desmatar? Aí a resposta é não, não vamos precisar desmatar!”, disse o palestrante.

Três caminhos para o crescimento sustentável da produção foram apresentados por ele. Um deles é a expansão da produção agrícola para áreas já abertas e que estão subutilizadas, como as de pastagens degradadas. Por isso, a Embrapa Territorial vem desenvolvendo um estudo para identificação de locais com essas características e potencial para conversão em lavouras ou recuperação. Outras duas possibilidades para crescimento das safras sem desmatamento são o aumento da produtividade e a intensificação da produção. “O ILPF é uma tecnologia que promove a intensificação, de modo que se consegue até duas safras de grãos, mais a criação de bovinos e o componente arbóreo, além de uma “safra de carbono’”, exemplificou.

Para Spadotti, o desafio para atingir esses objetivos está em fazer chegar tecnologias para todos os tipos de produtores existentes no Brasil. “Os produtores, independente de serem pequenos, médios ou grandes, precisam ter soluções à sua disposição que caibam no seu bolso, para que se reduzam as diferenças de produtividade que existem entre os mais e os menos tecnificados”, defendeu.

O Rio+Agro 2024 foi um fórum Internacional de sustentabilidade agroambiental das cadeias produtivas do agronegócio, realizado no Campo Olímpico de Golfe do Rio de Janeiro, entre 29 de julho e 2 de agosto. A Embrapa integrou a comissão científica do evento e apresentou diversas soluções tecnológicas em seu estande. No mesmo painel de que participou Spadotti estava Renato Aragão Rodrigues, da Agoro Carbon Alliance. O debate foi moderado por Talita Priscila Pinto, do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas.

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