Tempo seco favorece semeadura do arroz

De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23), o plantio do arroz avançou de forma significativa no Rio Grande do Sul, alcançando 35% da área projetada. O tempo seco registrado na maior parte das regiões produtoras favoreceu o preparo do solo, a construção de taipas e a implantação das lavouras.

A Emater destacou que a redução dos volumes de chuva permitiu o acesso a áreas que antes apresentavam excesso de umidade. Apesar disso, o andamento do plantio segue heterogêneo entre as regiões. “Nas áreas de várzea, com drenagem mais lenta, o plantio ainda está em fase inicial devido ao excesso de umidade para o uso de maquinário”, informou o boletim. Já nas localidades com tempo firme, o avanço chega a dois terços da área prevista.

Os técnicos observaram que o sistema pré-germinado predomina nas áreas mais úmidas, enquanto o cultivo em solo seco ocorre nas glebas com boa trafegabilidade. As lavouras implantadas estão, em geral, em estágio vegetativo inicial, com desenvolvimento considerado dentro da normalidade.

O vento intenso em alguns municípios tem dificultado a aplicação de herbicidas no momento adequado, o que pode comprometer o controle de plantas daninhas. A área total estimada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) é de 20.081 hectares, com produtividade média projetada pela Emater/RS-Ascar em 8.752 quilos por hectare.

Na região administrativa de Bagé, o tempo seco favoreceu as operações de campo, especialmente nos municípios da Campanha e Fronteira Oeste. Em Uruguaiana, Barra do Quaraí e Dom Pedrito, o plantio já alcança cerca de 60% da área prevista, enquanto em Itaqui o índice chega a 21%. Em São Borja, as chuvas da semana anterior reduziram o ritmo, com menos de 5% da área semeada. O relatório indica atraso em relação ao mesmo período do ano passado, especialmente nas áreas tradicionalmente plantadas mais cedo.

Na região de Pelotas, a semeadura atingiu 77% da área estimada, com lavouras em fase vegetativa e desenvolvimento dentro do esperado. Os produtores também concentram esforços no nivelamento das áreas e na manutenção de acessos internos.

Em Santa Maria, o plantio já supera 10% da área total. O sistema pré-germinado tem sido amplamente utilizado, sobretudo na Quarta Colônia, como em São João do Polêsine, devido à elevada umidade do solo. Segundo o informativo, essa estratégia tem permitido a continuidade das atividades e contribuído para o controle do arroz vermelho.

Na região de Santa Rosa, as chuvas recorrentes continuam limitando o avanço da semeadura, principalmente em Garruchos, onde o excesso de umidade ainda impede o preparo do solo. A Emater alerta que o atraso pode afetar a produtividade, já que o plantio pode ocorrer fora da janela ideal.

Em Soledade, o plantio em sistema pré-germinado está praticamente finalizado, enquanto nas áreas de solo seco o avanço é mais lento devido à umidade residual. A estimativa é de que 25% da área total já esteja implantada. Há, segundo a Emater, intensa mobilização de maquinário para nivelamento das glebas, o que indica aceleração dos trabalhos nas próximas semanas.