‘‘Os estoques dos EUA estão no limite’’, informa Gilda Bozza, economista para assuntos da BM&FBovespa da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Ela argumenta que a produção, demanda e estoques são fatores fundamentais para o aumento ou queda de preço da saca. Segundo ela, o aumento do preço teve também o empurrão da soja Argentina, que enfrentou a maior seca histórica dos últimos 50 anos, caindo de 43 milhões para 32 milhões de toneladas. A especialista acrescenta ainda, que a China está vindo para o mercado com uma forte demanda.
Gilda explica que a conjunção destes fatores propiciou que a soja experimentasse preços considerados altos para o período. Os dois últimos meses (abril e maio), segundo a economista, foram além das expectativas. ‘‘Na Bolsa de Chicago os preços futuros tiveram aumento em maio de 8%’’, destaca. No dia 4 de maio deste ano, a saca estava cotada a US$ 24,28 e, no fim do mês subiu para US$ 26,30. Neste mês, o preço da saca já havia utrapassado a barreira dos US$ 27.
Além desta conjunção, a economista também descreve um novo movimento dos investidores deste mercado, desta vez adquirindo contratos na BM&F de soja para fugir da inflação. ‘‘Estes investidores estão fazendo isso como forma de proteger seu capital’’, argumenta a economista. Um segundo cenário, este a longo prazo, pode diminuir as expectativas de ganhos pelo preço da saca. ‘‘Em setembro, entra a safra americana no mercado, daí a tendência de abaixar’’, diz, ao ressalvar que os preços não ficarão abaixo da média histórica de US$ 3,22.
Questionada se o preço ficaria abaixo de US$ 26 dólares lá em setembro, Gilda explica que o clima não está favorecendo o plantio de milho nos EUA. ‘‘Os produtores americanos tinham que plantar milho até dia 31 de maio passado, porém a seca não deixou’’, observa a economista, ao explicar que estes agricultores devem plantar soja. Ela diz que aumentando a área plantada o preço do grão tende a cair. ‘‘É a lei da oferta e da procura’’, comenta.
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