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Terceirização é tema na reunião do Comitê Agro-Produtores da ABMR&A

Giosa destacou que, por ser um assunto polêmico, o projeto de lei exclui a questão atividade meio e atividade fim, o que será muito positivo para o setor agro


O Comitê Agro-Produtores Corporativos da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, realizou, dia 6 de dezembro, em São Paulo, reunião com seus integrantes e vários sócios da entidade. Na oportunidade, antes da confraternização, durante coquetel oferecido no final do evento, os presentes assistiram à palestra Terceirização – Atividade meio e atividade fim, apresentada pelo professor Lívio Giosa.

O presidente da ABMR&A, Mauricio Mendes, e o coordenador do Comitê, Rodrigo Rodrigues, deram as boas-vindas aos participantes e destacaram a importância do tema debatido na reunião, considerado de grande interesse pelos sócios da entidade, principalmente as indústrias de insumos agrícolas e grupos de empresários rurais que atuam no setor produtivo e que, segundo Giosa, em algum momento, terceiriza ou terceirizou algum trabalho.

Em sua apresentação, Giosa abordou desde o histórico da terceirização da mão-de-obra profissional no Brasil, que teve seu início na década de 1990, até os dias atuais, quando o Congresso Nacional prepara-se para aprovar a Lei da Terceirização. Foi grande a participação da plateia no debate, uma vez que foram discutidos os pontos principais da nova legislação que regulamentará a contratação desse tipo de serviço e as vantagens que ele oferece às empresas. Giosa destacou que, por ser um assunto polêmico, o projeto de lei exclui a questão atividade meio e atividade fim, o que será muito positivo para o setor agro. Um dos pontos polêmicos da palestra foi a constatação de que, no Brasil, ao contrário dos países europeus, ao terceirizar um serviço, leva-se em consideração a redução de custos (principalmente, os órgãos públicos) e não a sua qualidade.

Segundo o palestrante, a terceirização é considerada uma das mais modernas ferramentas de gestão estratégica para as organizações atingirem maior competitividade e que, se bem utilizada, agrega valor. Ressaltou, também, o crescimento do setor de serviços no Brasil e no mundo e citou o austríaco Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, para quem “a maioria das pessoas vê a terceirização do ponto de vista do corte de custos, o que julgo ser um engano. O que a terceirização faz é melhorar a qualidade das atividades e processos. Acredito que as empresas deveriam terceirizar todas as atividades para as quais haja uma ação específica, podendo focar suas ações na sua atividade principal.”

Entre as vantagens da terceirização no Brasil, Giosa apontou, para muitos, a oportunidade do primeiro emprego informal e a inclusão de muitos trabalhadores semi analfabetos no mercado de trabalho, proporcionando, principalmente, cidadania ao indivíduo. Para ele, terceirizar é saudável – mas a qualidade dos serviços prestados tem que ser igual ou melhor do que antes –, é estratégico, concentra esforços na atividade principal e agiliza. “Hoje, no Brasil, a terceirização se enquadra como uma moderna prática de gestão e, em um ambiente de competitividade, é fator diferencial; além disso, os serviços especializados são cada vez mais solicitados”, acrescentou.

Ao terminar sua palestra, Giosa concluiu que a modernização dos métodos de gestão é um desafio para atingir maior competitividade e manter o desenvolvimento econômico e social. “A terceirização é uma prática consagrada de gestão moderna e definida como modelo de instrumento de aperfeiçoamento dos métodos administrativos nas empresas consagradas como prestadoras de serviços”, finalizou.

Sobre o palestrante

Lívio Giosa é administrador de empresas com pós-graduação em Business Administration pela New York University. Como presidente do Cenam - Centro Nacional de Modernização Empresarial, é correspondente na América Latina do OI - Outsourcing Institute, com sede em New York. É, também, sócio diretor da G,LM – Assessoria Empresarial; vice-presidente da ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil; foi o introdutor do tema “Terceirização” no Brasil, em 1990; idealizou a Política Nacional do Setor Serviços (1993), como secretário geral do MICT - Ministério da Indústria, Comércio e Turismo; elaborou as alterações e as propostas finais do Enunciado 331, junto ao Tribunal Superior do Trabalho, em 1994, em Brasília, ajustando, com isto, a contratação de serviços terceirizados pelo poder público. É autor dos livros: Terceirização: Uma Abordagem Estratégica, Editora Thomson/Meca, 8ª edição; O Brasil Profissional: A Hora e a Vez da Competência, Editora Meta, e As Grandes Sacadas de Marketing do Brasil, Editora Senac. É professor convidado da Universidade de Belgrano (Argentina), New York University e University of Central Flórida (USA) para proferir palestras sobre o tema; professor titular da FAAP no curso de pós-graduação: “Gerente de Cidades”, na cadeira Modernas Técnicas de Gestão e Terceirização e de disciplinas correlatas na FAAP e FGV; professor de cursos de MBA em Gestão Empresarial. Foi deputado estadual por São Paulo (1997/1999).

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