Tomate editado combate deficiência de vitamina
A deficiência de vitamina D é um problema global

Investigadores do Centro John Innes e do Instituto Quadram, no Reino Unido, iniciaram um dos primeiros ensaios clínicos com alimentos geneticamente editados para avaliar se tomates biofortificados podem aumentar os níveis de vitamina D no organismo. O estudo ViTaL-D recrutará 76 participantes com baixos níveis de vitamina D, que consumirã uma porção diária de sopa de tomate durante três semanas, com o objetivo de verificar o impacto no sangue da forma ativa dessa vitamina, essencial para a saúde óssea, muscular e imunológica.
A deficiência de vitamina D é um problema global, afetando cerca de um em cada cinco britânicos no inverno e quase um bilhão de pessoas no mundo, especialmente veganos, idosos e pessoas com pouca exposição solar. Como plantas geralmente não contêm vitamina D, a equipe do Centro John Innes desenvolveu tomates cujos genes foram editados para acumular provitamina D3, que se transforma em vitamina D3 após exposição à luz solar ou UVB, sem alterar aparência, crescimento ou produtividade das plantas. Cada fruto contém níveis equivalentes à vitamina D de dois ovos ou 28 g de atum.
No estudo, os participantes receberão quatro tipos de sopa diferentes, incluindo tomates biofortificados e tomates expostos à luz UV, e terão sua exposição solar monitorada. Além de análises de sangue, poderão fornecer amostras opcionais de urina e saliva, permitindo avaliar a absorção e conversão da vitamina D pelo organismo.
“Nosso objetivo é compreender melhor como essas novas fontes de vitamina D podem suprir deficiências nutricionais e melhorar a saúde de populações em risco”, afirma o professor Martin Warren, do Instituto Quadram. Para a professora Cathie Martin, do Centro John Innes, a iniciativa demonstra como técnicas avançadas de edição genética podem enriquecer alimentos comuns com micronutrientes essenciais, oferecendo uma abordagem inovadora e sustentável para combater a deficiência de vitamina D.