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Trabalhadores do álcool querem aumento real de 8%

Estão em campanha salarial 25 mil no Estado de São Paulo


Os trabalhadores do setor sucroalcooleiro querem transformar em aumento real a expansão dos negócios do setor -principalmente após a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, ao Brasil e o interesse de europeus e norte-americanos por biocombustíveis.

Em campanha salarial, a Fequimfar (federação dos trabalhadores do setor químico e farmacêutico do Estado de São Paulo) entregou nessa terça-feira (27-03) a pauta de reivindicação do setor à Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) com pedido de reajuste de 12% -incluindo 8% de aumento real e o restante como reposição da inflação de maio de 2006 a abril deste ano.

No Estado de São Paulo, 12 sindicatos de trabalhadores filiados à federação representam cerca de 25 mil trabalhadores da indústria de fabricação do álcool e açúcar. Não estão representados nessas negociações cerca de 40 mil trabalhadores das usinas de açúcar e outros 240 mil do corte de cana.

Na pauta dos trabalhadores, está ainda piso único de R$ 800 -hoje, os pisos variam de região para região, em torno de R$ 500 a R$ 715. Também pedem PLR (Participação nos Lucros e Resultados) no valor mínimo de dois salários nominais.

"Os verdadeiros heróis do setor são os trabalhadores", diz Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar e vice da Força Sindical, em referência à declaração do presidente Lula, na semana passada, em Mineiros (GO), de que os usineiros do país eram "heróis mundiais".

"O setor nunca esteve tão consolidado, em franca expansão. Este é um momento decisivo para obter aumento real e melhor distribuição de renda", afirma o presidente da Fequimfar. "O setor ainda carece de uma remuneração à altura do seu crescimento."

Os trabalhadores querem discutir ainda com a Unica a terceirização no setor. "A terceirização tem servido para precarizar as condições de trabalho, a remuneração, a segurança no ambiente de trabalho e a PLR", afirma o sindicalista.

Em nota, a Unica informou que a pauta de reivindicação foi entregue e que as negociações vão ocorrer "de acordo com a orientação própria pertinente a cada uma das empresas do setor em sua região de atuação".

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