Treinamento fortalece combate à febre aftosa

As ações do 1º Exercício Simulado de Atendimento a Foco de Febre Aftosa de Minas Gerais seguem até o próximo dia 3 de outubro em Montes Claros com a participação do Sistema Faemg Senar e agentes de defesa sanitária de 23 estados, além de representantes do Serviço Sanitário do Panamá, país da América Central. O simulado, que teve início oficial no último dia 27 de setembro, reúne mais de 200 agentes de defesa sanitária, e é de fundamental importância para reafirmar a sanidade do rebanho brasileiro e garantir condutas de trabalho em casos de momentos de crise.“Nosso último foco de febre aftosa foi em 1996. Portanto, grande parte dos profissionais que aqui estão nunca viram a doença. Por isso, o simulado é importante para treinar essas pessoas em um caso de emergência, pois já vão estar preparados e conhecendo a doença.”, afirmou o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Faemg, Dr. Altino Rodrigues, que já foi diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), realizador do Exercício Simulado.

Ele também comenta: “o Sistema Faemg Senar está envolvido diretamente, já que nós somos um órgão da agropecuária, representamos como sindicato e nos treinamentos de mão de obra rural, estamos envolvidos diretamente nesse processo”

O simulado, que é realizado também junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem apoio do Sistema Faemg Senar através de recursos alocados pelo Fundo de Defesa Sanitária do Estado de Minas Gerais (Fundesa). Nos últimos anos, o Governo de Minas vem alocando investimentos contínuos no fortalecimento do serviço veterinário oficial, reforçando o status internacional de Minas Gerais como zona livre de febre aftosa sem vacinação, conquistado este ano, o que é essencial para a abertura e manutenção de mercados nacionais e internacionais.“Nós entendemos que a importância do simulado esteja relacionada, principalmente, com a declaração de país como livre de febre aftosa, sem vacinação, status que Minas Gerais alcançou em maio deste ano. Então, o simulado funciona como um coroamento de toda a ação do Serviço Veterinário Oficial, no sentido de mostrar ao mundo a nossa capacidade em responder, de forma rápida e efetiva, a uma suspeita ou a um foco de febre aftosa”, explicou Izabella Hergot, gerente de Defesa Animal do IMA.

Divididos em várias estações de trabalho, os participantes recebem treinamentos práticos dentro de um panorama de falso foco de febre aftosa, exigindo dos participantes ações pontuais em cada fase do exercício, para que as equipes possam aprimorar a qualidade da resposta e fortalecer a colaboração interinstitucional, reforçando os protocolos de vigilância, contenção e comunicação. Os resultados do simulado serão registrados junto à Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). A analista de Agronegócios do Sistema Faemg Senar, Mariana Simões, acompanha os trabalhos simulados e as ações práticas realizadas.Minas livre da aftosaOs esforços para erradicar a febre aftosa em Minas Gerais foram iniciados em 2001, quando o estado foi classificado como zona livre da doença com vacinação. Em 2024 alcançou novo patamar, quando conquistou o reconhecimento nacional como zona livre sem vacinação, e, neste ano recebeu a certificação internacional concedida pela OMSA.

Desde 1996 o estado não registra casos da doença.“Passamos muitos anos fazendo a vacinação, que é uma das formas de prevenção da doença. E agora, sem a vacinação, nós precisamos ter a consciência e termos a rapidez necessária para detectar e agir. Então, o trabalho aqui no seminário está relacionado tanto à parte técnica, ou seja, em mostrar que os técnicos têm a capacidade, têm condição de resolver de forma rápida, como também levar ao produtor o conhecimento sobre os sinais clínicos da doença e ensiná-los, instruí-los sobre a importância de uma rápida notificação frente a uma suspeita da doença”, completou Izabella Hergot.