Trigo recua novamente no mercado brasileiro
Preços do trigo caem no RS e se mantêm no PR
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A análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 31 de outubro a 6 de novembro e divulgada na quinta-feira (6), aponta novo recuo nos preços do trigo no Brasil. Segundo o levantamento, no Rio Grande do Sul o valor caiu para R$ 57,00 por saco. No Paraná, as cotações permaneceram entre R$ 64,00 e R$ 66,00 por saco, influenciadas pela redução da produção em razão de intempéries e pela menor área semeada.
O Ceema observa que o mercado interno está pressionado por fatores externos e cambiais. A instituição destaca que a “ótima safra na Argentina”, os preços internacionais mais baixos e o Real valorizado — que barateia as importações — reforçam o movimento de queda. Em outubro de 2025, a média do trigo vendido no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.138,41 por tonelada, queda de 9,6% em relação a setembro e de 11,7% frente a outubro de 2024, em valores reais. No Paraná, a média foi de R$ 1.216,53 por tonelada, com recuos de 9,7% e 15,6% nas mesmas comparações, atingindo os menores valores desde outubro de 2023.
Em São Paulo, o preço médio recuou 7,5% no mês e 24,9% no ano, passando para R$ 1.161,58 por tonelada — o menor patamar real desde novembro de 2016. Em Santa Catarina, a média ficou em R$ 1.263,26 por tonelada, queda de 7% no mês e 13,4% no ano, nível mais baixo desde abril de 2018, conforme dados do Cepea.
Para efeito de comparação, no início de novembro do ano anterior, o produtor gaúcho recebia entre R$ 69,00 e R$ 70,00 por saco. Em um ano, o recuo foi de R$ 12,00 a R$ 13,00 por saco, cerca de 18%. No Paraná, a queda variou de R$ 11,00 a R$ 15,00 por saco, entre 14% e 19%, dependendo da região.
Segundo o Ceema, a pressão sobre os preços deve continuar no restante de novembro. A instituição afirma que “o clima, sobretudo no Rio Grande do Sul, ainda será um fator importante para definir o volume final e, por consequência, o movimento dos preços”.