Trigo tem avanço da colheita e pressão dos importados
Em Santa Catarina, a colheita avança com boa qualidade
Em Santa Catarina, a colheita avança com boa qualidade - Foto: Divulgação
O mercado de trigo no Sul do país segue influenciado pelo avanço da colheita, pelo ritmo de vendas e pela oscilação de qualidade dos grãos, fatores que determinam preços e direcionamento da produção entre indústria e exportação. Segundo a TF Agroeconômica, o cenário no Rio Grande do Sul permanece marcado por forte heterogeneidade, com bons índices de PH e FN, mas limitações de glúten, W e estabilidade, o que reduz o uso em farinhas industriais e produtos congelados.
Parte da safra enfrentou DON elevado no início, e cerca de 10% pode ser destinada à ração. A expectativa é de melhora após descanso e maquinagem, possibilitando consumo local estimado em 1,5 milhão de toneladas e importação adicional de 400 mil para ajustes de blends. Aproximadamente 1,2 milhão de toneladas já foram negociadas, enquanto das mais de 700 mil destinadas à exportação, 344,9 mil foram nomeadas e 335,9 mil embarcadas. Os preços variam entre R$ 1.080 e R$ 1.150 nos moinhos e até R$ 1.180 no porto, com queda do valor ao produtor para R$ 54 em Panambi.
Em Santa Catarina, a colheita avança com boa qualidade, PH elevado e relatos pontuais de menor produtividade. As pedidas seguem em R$ 1.200 por tonelada, enquanto compradores indicam até R$ 1.150. Os preços pagos aos triticultores variam de R$ 60,33 a R$ 64 conforme a região.
No Paraná, o mercado está travado pelo período de manutenção dos moinhos, que concentram operações em 2026. As ofertas variam de R$ 1.170 a R$ 1.280 CIF conforme prazo e região. O trigo importado segue competitivo e pressiona o produto gaúcho. Os preços ao produtor caíram 0,51%, para média de R$ 63,71, ampliando o prejuízo diante do custo atualizado em R$ 74,63, embora a consultoria lembre que houve oportunidades de lucro no mercado futuro.