Trigo tem pouca liquidez no Sul do País
No Rio Grande do Sul, cerca de 4% das áreas foram colhidas

A colheita de trigo avança de forma desigual no Sul do Brasil, com destaque para o Rio Grande do Sul e o Paraná, enquanto Santa Catarina praticamente não iniciou os trabalhos. Segundo informações da TF Agroeconômica, moinhos e exportadores seguem cautelosos, e o mercado interno mostra pouca liquidez diante da valorização do real e da ausência de negócios relevantes.
No Rio Grande do Sul, cerca de 4% das áreas foram colhidas, mas os maiores volumes devem surgir a partir da próxima semana. Mesmo com interesse de moinhos de fora do estado, não houve fechamento de contratos, já que o produto ainda não está disponível nas regiões de maior procura. Os preços ofertados giram em torno de R$ 1.000,00 por tonelada no interior, enquanto vendedores pedem entre R$ 1.050,00 e R$ 1.100,00. No Porto de Rio Grande, o trigo de 12% de proteína foi cotado a R$ 1.170,00 sobre rodas.
Em Santa Catarina, o cenário é de paralisação total. A colheita ainda não começou, e produtores permanecem à espera para definir preços, o que, segundo a TF Agroeconômica, é um erro recorrente. A consultoria alerta que o momento da colheita costuma ter os piores preços do ano e lembra que o mercado futuro permitiria fixar valores mais lucrativos antecipadamente. No estado, os preços pagos aos produtores variam entre R$ 61,00 e R$ 66,00 por saca, dependendo da região.
Já no Paraná, o trigo argentino recuperou parte das perdas recentes, voltando a cotar US$ 205/t para dezembro. No mercado interno, as compras seguem em torno de R$ 1.250 CIF moinhos nos Campos Gerais e Curitiba, com negócios pontuais. No Sudoeste, as vendas ocorrem a R$ 1.230 FOB, enquanto no Norte os preços, entre R$ 1.100 e R$ 1.120, desanimam produtores. A média estadual recuou 0,95% na semana, para R$ 64,32 por saca, ampliando o prejuízo dos triticultores, já que o custo de produção estimado pelo Deral é de R$ 74,63.