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Usina São Francisco planeja retomada

Grupo potiguar quer sanar dívidas, aumentar a produção de cana e voltar a se destacar no setor do RN


Depois de 12 anos de crise, a Companhia Açucareira do Vale do Ceará-Mirim (CAVC) começa a ensaiar uma vigorosa retomada. Agora associada à empresa Ecoenergia, criada este ano e que tem como sócio o empresário cearense Manuel Dias Branco Neto, o grupo potiguar quer sanar dívidas, aumentar a produção de cana-de-açúcar e voltar a se destacar no setor sucroalcooleiro do Rio Grande do Norte.

Atualmente, são sócios da CAVC o ex-senador Geraldo Melo (majoritário, com 60% das ações) e a família Pereira Machado (40%). Este grupo detém agora 50% das ações da Ecoenergia, deixando a outra metade para Manuel Dias Branco Neto, do grupo M.Dias Branco, o mesmo ao qual pertence o Grande Moinho Potiguar, instalado em Natal.

Embora não dê detalhes técnicos como área a ser ampliada e valor a ser investido, Geraldo Melo diz que a Ecoenergia vai ampliar a área de plantação irrigada de cana-de-açúcar. Com este incremento, ele espera que em 2008 seja atingida a capacidade total de moagem da Usina São Francisco, pertencente à CAVC, que é de aproximadamente um milhão de toneladas por safra - dos quais entre 50% e 70% deverão vir de cultivos nas terras da própria companhia. Atualmente, a fábrica não atinge 20% dessa quantidade.

Com a nova gestão, a expectativa é que a usina passe a empregar até 8 mil pessoas no auge da safra (hoje são 500) e que o faturamento da empresa, que hoje fica em torno de R$ 7 milhões por ano bata na casa dos R$ 80 milhões por ano.

Dívidas

A crise financeira na qual a CAVC esteve mergulhada gerou um passivo de aproximadamente R$ 100 milhões, dos quais cerca de R$ 5 milhões, de acordo com Melo, são de dívidas trabalhistas. O ex-senador afirma que as negociações junto aos trabalhadores já começaram, assim como as dos demais credores. Ele espera que até o primeiro semestre de 2007 todas estas pendências estejam resolvidas.

À parte do passado sofrido da sócia, a Ecoenergia não herdou os débitos. Melo afirma ainda que Dias Branco não injetou dinheiro na CAVC, tampouco na nova empresa. Ele explicou que os ganhos do empresário cearense na Ecoenergia ainda estão em negociação. Contudo, como Dias Branco tem negócios na área de distribuição de combustíveis, uma das formas de ele lucrar com a sociedade seria comprar o álcool da Usina São Francisco - pertencente à CAVC - a preços abaixo dos praticados no mercado.

Instalada no município de Ceará-Mirim (Região Metropolitana de Natal), a CAVC foi criada na década de 70 e tem se movimentado para sair da crise financeira nos últimos anos. Este mês, uma das fazendas integrantes da companhia, a Igarapé, foi leiloada pela Justiça do Trabalho de Ceará-Mirim. O empresário George Leite, responsável pelo lance de R$ 2 milhões, disse que pretende aproveitar a vocação do terreno para a plantação de cana-de-açúcar.

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