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Vacinação vai alavancar economia e aumentar a confiança no país, diz Marcos Fava Neves

Em entrevista ao Agrolink, professor da USP e FGV projetou a retomada do setor e destacou os números do agro brasileiro


Foto: Pixabay

A retomada da economia brasileira e consequentemente o fortalecimento do setor agropecuário passa pela imunização da população contra o coronavírus, reforçou o professor de agronegócio da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fava Neves. Embora a vacinação no Brasil tenha iniciado lentamente, totalizando pouco mais de um milhão de pessoas vacinadas, Neves estima que os reflexos positivos serão sentido ainda no primeiro semestre.

“A vacinação vai alavancar muito a economia porque é retomada a confiança das pessoas, que voltam a consumir. Muita gente está represando comportamentos, que irão se soltar quando a situação estiver mais controlada. Nós ainda teremos um trimestre muito ruim porque voltamos a aumentar os indicadores de contaminação e perda de vidas. Mas, com a chegada das vacinas teremos uma múltipla frente. Talvez tenhamos um quadrimestre ainda complicado, mas depois a gente vai devagarinho sair dessa”, estimou.

Em entrevista ao Portal Agrolink, Marcos Fava Neves destacou que, novamente, o agronegócio brasileiro será responsável pelos principais indicadores econômicos. A projeção foi dada após a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ter estimado uma safra de grãos de 264,8 milhões de toneladas neste ano. “2021 deve ser um ano muito bom para o agronegócio, com uma produção recorde e com bons preços. Como o Real não se valorizou, você terá preços muito bons para a agricultura brasileira, pois a junção de produto e preço vai acontecer. O agro já começou 2021 acelerado e a renda no campo deverá passar de um trilhão de reais e as exportações devem passar de cem bilhões de dólares”, diz.

Mesmo que a soja seja responsável por mais da metade de produção de grãos do Brasil, o professor de agronegócio da USP e FGV vê com bons olhos o aumento produtivo da oleaginosa. “Nós estamos refém da soja, mas é uma boa dependência. Cada vez mais, ela aumenta a sua participação. Ela cresce mais do que os outros e o Brasil é o país mais eficiente para produção de soja. A soja é uma proteína embalada. É um produto extremamente comercializado no mundo e com poucas barreiras. Ser dependente da soja, como todo este futuro, não me preocupa”, salientou.

Além de contar com uma grande área cultivável, a tecnologia embarcada pelo setor levará o Brasil a se tornar o maior produtor de alimentos do mundo, reforçou Marcos Fava Neves. “O Brasil já tem um papel extremamente relevante no mundo e com estratégias adequadas, o país deve ocupar essa posição. O Brasil vai ser a fábrica de alimentos do mundo e eu considero isso uma posição extremamente nobre. Quanto mais trabalharmos os três pontos – custo, diferenciação e ação coletiva, mais rápido o Brasil conseguirá ocupar este espaço no mercado internacional”, finalizou.

 

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