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Vendas da Sipcam Agro dobraram em dois anos


A multinacional italiana Sipcam Agro está entrando na briga pelo mercado de defensivos agrícolas para soja, disputado por gigantes como Bayer, Syngenta e Basf. O foco da empresa será atuar no mercado de fungicidas, cujas vendas dobraram nos dois últimos anos com a descoberta dos primeiros casos de ferrugem da soja nas lavouras brasileiras. "Não dá para crescer no Brasil sem olhar para culturas, como de soja e milho. Desde os primeiros casos da ferrugem no país, o mercado de fungicidas para soja passou de US$ 50 milhões para US$ 100 milhões", diz Ernesto Bellotto, coordenador da área de soja da empresa.

A Sipcam acaba de inaugurar uma linha de produção de compostos emulsionáveis (CE) na sua fábrica de Uberaba (MG), de onde já está saindo seu primeiro produto para esse mercado, o fungicida Domark 100 CE. O defensivo já é usado no controle de doenças em outras 15 culturas, como café, citros, cana-de-açúcar, feijão e hortaliças. "O potencial para a soja é enorme. O país planta 20 milhões de hectares, dos quais 40% podem ser tratados de maneira preventiva ou curativa", diz Bellotto.

A nova linha de CE vai elevar a produção do fungicida para soja e de outros produtos da marca dos atuais 3 milhões de litros para 7 milhões ao ano. Segundo Bellotto, a expectativa é que o Domark alcance receitas de R$ 6 milhões até fevereiro do próximo ano, período em que se concentram as vendas de defensivos para a próxima safra.

A empresa, que chegou ao Brasil em 1979, se concentrava, até agora, na produção de defensivos para os mercados de citros, cana-de-açúcar, café e hortifrútis. Apesar de liderar as vendas de acaricidas para cítricos, sua presença no país ainda é pequena, apenas 2% do mercado de defensivos agrícolas. "Com a entrada na soja, deveremos dobrar o faturamento, para US$ 50 milhões em 2003".

A diversificação deve provocar uma redistribuição das receitas da Sipcam no Brasil. Hoje, 40% do faturamento vem da citricultura. A expectativa, segundo Bellotto, é que dentro de um prazo relativamente curto, entre 40% e 50% da vendas da Sipcam estejam concentradas em grandes culturas, como algodão, milho e soja.

Se essa previsão se confirmar, o Brasil deve superar a Europa e se transformar no principal mercado da multinacional. Com sede em Milão, e receitas anuais da ordem de US$ 300 milhões, o grupo Sipcam-Oxon-Agroqualità tem centros de produção próprios na América do Norte, Oceania, África e América Latina. Segundo Bellotto, a estratégia de ampliação da presença no Brasil abrange ainda outros investimentos, como a entrada no mercado de defensivos para o algodão e a construção de novas unidades industriais. No início deste ano, a empresa anunciou um projeto de R$ 15 milhões na construção de uma unidade de formulação de grânulos dispersáveis em água (GRDA) para inseticidas, fungicidas e acaricidas, que começa a operar em 2004.

O próximo passo, diz Bellotto, é colocar em operação mais uma unidade de GRDA, voltada para a formulação de herbicidas e investir em uma fábrica de fertilizantes. Hoje a empresa terceiriza a produção desses produtos, que são vendidos com a marca Agroqualità. "O objetivo é ampliar a presença nesse mercado, com produção própria", diz.

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