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Vinhaça por irrigação aumenta rendimentos na cana

Novas técnicas permitem reaproveitar a substância e serem rentáveis ao produtor


Foto: Pixabay

A vinhaça é o resíduo pastoso e mal cheiroso que resta após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar (garapa) fermentado, para a obtenção do etanol (álcool etílico). Para cada litro de álcool produzido, 13 litros de vinhaça são deixados como resíduo. Ela contém 93% de água e 7% de sólidos, incluindo níveis elevados de sais e material orgânico. Além disso, apresenta altas concentrações de potássio, cálcio, magnésio, enxofre e nitrogênio. 

Como o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, a cada ano restam cerca de 230 milhões de m³ de vinhaça. Mesmo rica em nutrientes, a substância era um problema ambiental por não ter destinação. Recentemente passou a ser usada na fertirrigação da cana orgânica, destinando os efluentes que até então não havia local apropriado para descarte, fazendo o seu reaproveitando de forma controlada, através de autopropelidos.

Segundo Daniel Pedroso, especialista agronômico Netafim, essas aplicações estão sendo gradualmente restritas devido ao seu alto custo, não trazendo benefícios ao produtor. Ele destaca que novas técnicas estão permitindo o uso da vinhaça como fertilizante na irrigação por gotejamento. “Trata-se de um método eficiente, agronomicamente vantajoso e uma alternativa ambientalmente amigável”, explica.
 
A empresa instalou um experimento na Usina Viralcool, em Pitangueiras (SP), que foi conduzido por cinco anos. O experimento teve sua conclusão em 2015, e foi constatado que a aplicação de 180 kg/ha de potássio via vinhaça, através do gotejamento foi extremamente eficaz, tendo a média de produtividade atingindo 153,32 ton/há, em cinco cortes.

Em outro experimento, desta vez conduzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), os resultados concluíram que após quatro anos de cultivo deste experimento, a aplicação da vinhaça através de sistemas de irrigação por gotejamento é altamente viável e, uma excelente opção para fertilização. Os dados demonstraram que utilizando essa técnica de injeção foi possível obter produtividades acima de 160 ton/ha, em média. “Através de vários estudos e testes, podemos concluir que a aplicação de vinhaça através do uso do sistema de irrigação por gotejamento é altamente viável, não somente como uma forma de reduzir os custos de adubação e mão de obra, mas também, como um processo de utilização de um subproduto que não afeta o meio ambiente”, conta Pedroso.
 

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