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Web reunião discute a alimentação do rebanho leiteiro

A reunião contou com a participação de extensionistas rurais e agricultores gaúchos e de outros estados brasileiros


Foto: Pixabay

A alimentação do rebanho leiteiro após o período de seca que atingiu o Rio Grande do Sul e com a chegada do inverno foi o tema da primeira web reunião do Grupo Coletivo do Leite, realizada na terça-feira (07/07). A partir do tema "Acabou a seca! Silagem está ruim! Como fica a produção de Leite?", e em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), os extensionistas rurais, Vivairo Zago e Diego Baden dos Santos, com a mediação do gerente regional adjunto, Carlos Corrêa da Rosa, abordaram cuidados e técnicas de manejo que os agricultores devem observar nos rebanhos.

A reunião, que foi transmitida simultaneamente nas redes sociais oficiais da Emater/RS-Ascar no Youtube e Facebook, contou com a participação de extensionistas rurais e agricultores gaúchos e de outros estados brasileiros. Na abertura da atividade, o gerente técnico estadual adjunto, Jaime Ries, destacou a importância do tema abordado devido à grande seca que atingiu o Rio Grande do Sul, a qual se iniciou ainda no período de utilização das pastagens de verão e se estendeu até a implantação e começo do uso de pastagens de inverno e, como consequência, afetou a produção de silagem e estocagem desse alimento que precisa durar o ano inteiro como um importante suplemento alimentar.

"Tivemos prejuízo muito grande de quantidade, mas também de qualidade. E isso exige dos produtores e técnicos uma nova postura e novas estratégias para que se supere esse período crítico que virá pela frente, pois uma vez que a produção de silagem é tão severamente afetada, como foi neste ano, essa dificuldade persiste durante um ciclo todo de produção que só se encerra quando a próxima silagem estiver pronta para uso", frisou Ries.

Zago destacou que a produção de milho silagem na safra 2019/2020 no Rio Grande do Sul foi de 326.750 hectares, sendo 24.300 hectares produzidos na região administrativa de Soledade. O extensionista ressaltou ainda que uma característica da região é o cultivo de milho silagem em duas safras: após o milho grão ou a produção de fumo e feijão. Em situações normais, a produtividade média é de 35 toneladas de massa verde por hectare em situações normais. "No entanto, esse ano, tivemos uma perda de 55% do volume produzido e também com baixa qualidade da silagem. A seca afetou todo o período desde o plantio, a formação da espiga e a ensilagem e, consequentemente, resultou numa silagem com baixo valor energético e com escassez de silagem devido ao baixo volume produzido", destacou Zago.

Com a baixa quantidade e qualidade da silagem produzida, o rebanho leiteiro pode apresentar alguns sinais de que a alimentação precisa de mais atenção do produtor. Segundo o extensionista, Diego Baden do Santos, se as vacas estão apresentando baixo escorio de condição corporal, esterco mole e de coloração escura, problemas de retorno no cio, nitrogênio uréico no leite alto (NUL) é preciso ficar atento. "Esse valor de nitrogênio uréico do leite é o resultado de uma análise feita em laboratórios credenciados para identificar o nível de nitrogênio que está sendo excretado pela glândula mamária. O ideal é que esse valor fique entre 12 a 14. Isso significa que a quantidade de proteína está boa e com uma produção muito boa. Se está abaixo desse número significa que está faltando proteína na dieta para esse animal. Assim como, se estiver acima desse valor, é um indicativo que está sobrando proteína e essas vacas não estão absorvendo. Quando isso acontece é preciso ajustar a dieta", orienta.

Quando o produtor identificar os sintomas citados, o extensionista orienta que seja realizada a revisão do calculo nutricional do rebanho leiteiro, diminuir a proteína e aumentar a energia da dieta. "Se tiver algum profissional que possa ajudar ou os extensionistas da Emater para ajudar os produtores a revisar o cálculo nutricional dos animais. Como temos mais proteína vindo da pastagem é preciso verificar a necessidade de comprar a ração com mais proteína. Isso também baixa o custo de produção", orienta Santos.

Nova ferramenta

Tradicionalmente realizadas de forma presenciais, as capacitações de técnicos e agricultores precisou ser realizada de forma virtual devido à pandemia causada pelo novo coronavírus. Da Rosa frisou que a experiência foi desafiadora para o grupo. "É uma ferramenta diferente que a Emater adotou para a Extensão Rural. Mas, ao mesmo tempo superou as nossas expectativas pelo número de participantes, o interesse deles no assunto e pela manifestação de quem participou sugerindo novos temas a serem abordados nas próximas edições", avaliou.

O adjunto destacou que o uso da ferramenta deve ocorrer em outras oportunidades, mas mantendo o horário. "Entendemos que esse é um horário que os produtores têm para assistir em casa, no intervalo das atividades na manhã e tarde. Nossa preocupação é que o assunto venha atender o interesse do participante e o auxiliar a resolver alguns dos problemas que ele tem na sua propriedade", concluiu o gerente regional adjunto.
 

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