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Nematóide de cistos da soja

Nanismo amarelo da soja (Heterodera glycines) Culturas Afetadas: Soja, Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico

 
É um nematóide endoparasita sedentário, que pode causar sérias perdas na produção de soja, até mesmo sua perda total.  No Brasil, foi detectado pela primeira vez, na safra 1991/92. Atualmente, estima-se que a área afetada pelo nematóide seja superior a 2,0 milhões de hectares. A primeira ocorrência foi detectada no Mato Grosso, causando redução progressiva na produtividade de 3.300 kg ha-1 para 1.600 kg ha-1
 
Ciclo de vida e modo de parasitismo
 
O ciclo de vida varia de 21 - 24 dias. O desenvolvimento inclui 4 ecdises, sendo que o II estágio Juvenil que é a fase infectante.  Este eclode e sai do cisto, colocando-se em posição paralela ao eixo principal da raiz, com a região anterior próxima ao cilindro central. As larvas das fêmeas gradativamente adquirem o formato de limão, rompendo o córtex radicular, emergindo à superfície, permanecendo apenas a região anterior embutida nos tecidos, com o restante do corpo à mostra, fora da raiz (Figura 1). 
 
 
Figura 1 - Ciclo de vida de Heterodera glycines. Fonte: AGRIOS (2005).
 
Os machos, após atingirem o estágio adulto, abandonam as raízes. As fêmeas fertilizadas produzem e armazenam os ovos no interior de seu corpo e, após a sua morte, sua cutícula altera-se quimicamente, adquirindo coloração marrom e transformando-se em uma estrutura protetora rígida, denominada cisto, com mais ou menos 500 ovos, que podem permanecer viáveis por até 7 anos, mesmo sem a presença de um hospedeiro.
 
Após a fecundação, os ovos maturam dentro do corpo da fêmea que degenera a uma massa gelatinosa, que serve de proteção para os ovos. Pode também ser coberta pela "camada sub-cristalina", possivelmente produzida por um fungo simbionte.
 
Quando as partes infectadas da planta se degeneram os cistos são liberados no solo. Dentro deles se desenvolvem os II estágios Juvenis, os quais então escapam para o solo, onde podem viver por alguns meses, até um ano, sem se alimentar, penetrando num novo hospedeiro quando o encontram. Na ausência de condições favoráveis os cistos secos podem viver por até sete anos, apesar de o número de ovos viáveis neles diminuir.
 
Sintomatologia
 
O primeiro sintoma óbvio de infestação de nematóide de cisto da soja nos campos pode ser a presença de plantas bem menos vigorosas, amareladas e raquíticas. Adicionalmente, as fileiras de soja em lavouras infestadas frequentemente demoram a fechar as entrelinhas. As plantas que crescem em solos altamente infestados podem permanecer raquíticas durante toda a estação de crescimento. Entretanto, as plantas amareladas e raquíticas que aparecem em anos secos frequentemente exibirão um ressurgimento dramático do crescimento depois da volta das chuvas.
 
O amarelecimento das lavouras de soja devido aos danos do nematóide é confundido com a clorose por deficiência de ferro, particularmente nas áreas com elevados pH no solos, onde a deficiência do ferro é um problema. Entretanto, os sintomas da clorose por deficiência do ferro aparecerão cedo na estação de crescimento, antes do florescimento da soja, enquanto que o amarelecimento devido aos danos do nematoide de cisto da soja (NCS) ocorrerá mais tarde, na época da floração, ou após. Porém, os sintomas de ambos os problemas podem ocorrer na mesma lavoura e na mesma planta.
 
Os sintomas do ferimento do NCS no sistema radicular fazem com que as raízes infectadas sejam raquíticas, com diminuição do número de nódulos de fixação do nitrogênio nas raízes e tornar as raízes mais suscetíveis à infecção por outros patógenos do solo.
 
O único sinal original da infecção por NCS é a presença de cistos e de fêmeas adultas nas raízes de soja. As fêmeas e os cistos aparecem como minúsculos objetos dados em forma de limão que são brancos inicialmente, mas variam em torno do amarelo, chegando a bronzeados quando maduros.
 
Resumo dos sintomas
 
Formação de reboleiras de plantas pouco crescidas e cloróticas, nanismo, raquitismo e amarelamento da planta, presença de cistos e fêmeas adultas nas raízes da planta infectada, bem como sistema radicular reduzido.
 
Hospedeiros
 
Dentre os hospedeiros, figuram 149 espécies, destacando-se a soja (Glycine max), o feijão (Phaseolus vulgaris), a ervilha (Pisum sativum) e o tremoço (Lupinus albus). A maioria das espécies cultivadas, tais como milho, sorgo, arroz, algodão, girassol, cana-de-açúcar, trigo, assim como as demais gramíneas, são resistentes. No Brasil, o NCS não se reproduz nas plantas daninhas mais comuns nas lavouras de soja, mas já foram relatados infectando uma ampla gama de plantas invasoras na Europa e EUA.
 

Controle

O controle é realizado através do uso de cultivares resistentes e de rotação de culturas.

 

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