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Ramulose

(Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides) Culturas Afetadas: Algodão

Esta doença foi constatada pela primeira vez no município de Rancharia-SP, em 1936, e já se encontra disseminada praticamente por todas as regiões do país onde se cultiva o algodoeiro. Atualmente, vem causando problemas sérios nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em algumas localidades do Nordeste brasileiro. Fora do Brasil, sua ocorrência é relatada somente na Venezuela e Paraguai.

Danos: A ramulose pode manifestar-se em plantas de qualquer idade, desenvolvendo-se, de preferência, nos tecidos jovens. Os sintomas diretos aparecem primeiramente nas folhas novas, tanto na haste principal como nas laterais, na forma de manchas necróticas, mais ou menos circulares quando situadas no limbo entre as nervuras, e alongadas quando no sentido longitudinal.

O tecido necrosado tende a cair, formando perfurações. As lesões, principalmente das nervuras, acarretam o desenvolvimento desigual dos tecidos foliares, ocasionando o enrugamento da superfície do limbo. O fungo afeta o meristema apical provocando sua necrose, o que estimula o desenvolvimento dos brotos laterais que se transformam em “galhos extranumerários”, conferindo à planta um aspecto de superbrotamento ou envassouramento. Os internódios, por via de regra, apresentam intumescimento. Plantas doentes ficam com porte reduzido.

Quando a doença afeta plantas novas, as gemas terminais dos ramos extranumerários podem sofrer novas infecções e, pela sua morte, estimulam o desenvolvimento de novas gemas. Esse carrear de energias para o crescimento vegetativo em resposta à sucessiva destruição das gemas apicais, exaure completamente a planta para a finalidade de frutificação. Plantas doentes podem ser então facilmente distinguidas das sadias pois estas derrubam as folhas e apresentam grande número de capulhos abertos, ao passo que plantas doentes apresentam densa massa de folhagem escura e poucos capulhos. Normalmente, observam-se na parte inferior de plantas com muitos sintomas, algumas folhas mais desenvolvidas, de coloração verde mais escuro e aspecto coriáceo ou quebradiço.

A manifestação tardia da doença originou a denominação ramulose tardia, de sintomas muito semelhantes. Entretanto, plantas doentes apresentam o superbrotamento só no ápice, não afetando muito a produtividade.

Controle: A principal medida de controle é a utilização de variedades com resistência ao patógeno. As variedades distribuídas aos cotonicultores apresentam variações quanto à resistência, e podem ser classificadas como:

a) resistentes: EPAMIG 3, EPAMIG 4, PR 380/82, IAC 21, CS 50, Deltapine Acala 90;

b) medianamente resistentes: CNPA Precoce 1, LAC 19, LAC 22 e LAC 20;

c) suscetíveis: Nu-15-79/117, CNPA Acala 1, IAPAR 4 PR-1.

Outro método de controle é o uso de sementes sadias. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo adotou, a partir de 1949, a prática de não aproveitar sementes oriundas de campos de cooperação com sintomas severos de ramulose, aceitando uma tolerância de 5% de plantas doentes nos campos de produção de sementes. Complementarmente, recomendam-se a rotação de culturas e a queima dos restos de cultura.

Nos estádios iniciais da ramulose tardia, recomendam-se ainda as seguintes medidas:

1) inspeção frequente do campo para localização e erradicação das plantas-foco;

2) poda e eliminação das extremidades das plantas doentes nas adjacências do foco;

3) pulverização preventiva, com tiocarbamatos ou cúpricos, das plantas sadias adjacentes às partes erradicadas.

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