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Aplicações fitossanitárias: aéreas e terrestres


Jeferson Luís Rezende
A agricultura tem se defrontado com alguns gargalos operacionais interessantes, justamente, no momento em que dispõe de máquinas e equipamentos cada vez mais modernos.

Com o advento das doenças na Soja e, mais recentemente, no Milho, a tecnologia de aplicação fitossanitária vem ganhando destaque, por conta da necessidade de se realizar adequada cobertura sobre a área folhar; sempre levando em conta rendimento/qualidade/proteção ambiental.


Ao longo dos anos, acompanhamos experimentos e ensaios a campo, que objetivam conhecer melhor as peculiaridades, as possibilidades de uso das diferentes máquinas pulverizadoras e, quais seriam os melhores espectros de gotas.

Neste contexto, levando ainda em consideração os trabalhos realizados por diferentes colegas pesquisadores, elencamos algumas ponderações, que acreditamos estejam em sintonia com o que pode e deve ser praticado pelo produtor rural.

Primeiro: tanto a tecnologia aérea, assim como a terrestre, são eficientes e eficazes ferramentas de trabalho, desde que realizadas com as máquinas ajustadas/reguladas e dentro dos limites ambientais.

Segundo: observamos que aplicações realizadas com Volumes de Vazões menores conseguem atender as especificidades técnicas e ainda reduzir tempo de trabalho, gastos com combustíveis e, perdas por pisoteamento excessivo (no caso das terrestres).

Também é possível observar que os tratamentos realizados com menor quantidade de água, conseguem gerar e manter melhores espectros de gotas e consequentemente, atingem o alvo mais uniformemente – inclusive, o baixeiro. Evitam ainda problemas de escorrimento.

A tecnologia de aplicação disponível possibilita que o produtor realize pulverizações com ótima qualidade, nas melhores janelas e dentro do menor tempo, ou seja, hoje é possível adotar padrões operacionais para as aplicações terrestres muito parecidos com o que é usado nas aplicações aéreas.

Outro ponto muito importante a ser lembrado, diz respeito à possibilidade de se fazer uso de Adjuvantes para melhorar o trato cultural: eliminar espumas – entupimento de pontas – emulsão da calda – reduzir perdas por deriva e evaporação – reduzir ou, evitar a presença de fitotoxidade; entre outros benefícios.

No Brasil estes produtos ainda estão “sob suspeita” em algumas regiões, por falta de informação e/ou posicionamentos equivocados. Alguns Adjuvantes existentes, por exemplo, reduzem excessivamente o pH da calda ou, são incompatíveis com determinadas moléculas: causando precipitação da calda ou, fito.

De qualquer modo, são produtos muito interessantes que devidamente posicionados, podem contribuir sobremaneira para melhorar o tratamento fitossanitário.

Hoje, já existem informações consistentes sobre grande parte dos Adjuvantes disponíveis no mercado e, sobre as vantagens de usá-los. Pesquisadores de renome como: Ulisses Antuniassi (Unesp/Botucatu); Heraldo Feksa (FAPA/Agrária); Sidnei Osmar Jadoski (NATA-PR/Unicentro); Edivaldo Velini (Unesp/Botucatu); Ricardo Barros (Fundação MS); Robinson Contiero e Jamil Constantim (UEM), entre outros, são fonte importante de informações relativas aos Adjuvantes.

Recomendamos como melhor espectro de gotas, o padrão de 200um – 250um. Gotas com estes tamanhos conseguem cobrir adequadamente a planta, não são suscetíveis ao efeito guarda-chuva, dificilmente escorrem – mesmo quando aplicadas na presença de orvalho e, também não sofrem tanto com a ação do vento e temperatura.

As aplicações aéreas geralmente produzem gotas com espectros ainda melhores: entre 150um e 200um e, pelas características do Equipamento Aplicador (AVIÃO), conseguem atingir uniformemente a cultura tratada. Por isso, existem situações em que o tratamento aéreo supera o terrestre em eficácia. Além do que, o avião aplica grandes áreas de maneira rápida, sem tocar o solo ou, injuriar a planta.


Por outro lado, muitas lavouras possuem obstáculos que inviabilizam o voo. Nestes casos, uma Máquina Terrestre (rebocada ou autopropelida), pode fazer o trabalho com a mesma eficiência do avião, desde que esteja devidamente ajustada e com um operador treinado no seu Comando.

Aplicações aéreas com Volumes de Vazões entre 10 litros por hectare e 20 litros por hectare são comuns nos dias de hoje em praticamente todo o tipo de cultura: soja – milho – trigo – cevada – batata – feijão – banana e, arroz.

Volumes menores, como, por exemplo, de 7 litros por hectare, também são eventualmente usados em algumas situações e, de até 1/2/3 litros por hectare – estes, menos comuns.

Já, nas aplicações terrestres, temos variações significativas, no meu entendimento, injustificadas.

Numa mesma cultura vemos Volumes de Vazões de 70 l/hectare - 100 l/hectare – 150 l/hectare – 200 l/hectare e, até 300 litros por hectare!

Os experimentos demonstram que maiores volumes geralmente produzem gotas mais grossas e, diluem o ativo no tanque. Volumes menores, por sua vez, conseguem gerar gotas mais adequadas e uniformes, melhoram o rendimento da máquina e, não se perdem por escorrimento.

Um fato praticamente sacramentado, diz respeito à importância do tamanho das gotas, mais importante do que o volume de vazão (ou taxa de aplicação). E que para obter o melhor tratamento, seja ele aéreo ou terrestre, é de suma importância escolher Pontas de Aplicação ou, Atomizadores de qualidade, compatíveis com o Volume de Vazão e o Tamanho de Gotas que se deseja.

Pontas adequadas + Pressão do Sistema Agrícola + Tamanho de Gota + Velocidade Constante + Condição Ambiental: teremos o melhor resultado final. Particularmente sou contrário ao uso de Pontas com Indução de Ar ou, Antideriva, por produzirem gotas muito grossas.

É oportuno ressaltar ainda que alterações bruscas de velocidades nas máquinas terrestres ocasionam alteração na cobertura, por conta da oscilação da pressão na barra (sistema eletrônico). E isso, pode efetivamente deixar brechas – furos que facilitarão a presença de doenças, pragas e invasoras.

Daí a importância de que seja escolhida uma velocidade média padrão para operar na lavoura, a fim de se evitar que a máquina hora esteja a 12 km/h... hora a 7 km/h.

Finalizando, podemos afirmar que a escolha do meio de aplicação: aéreo ou, terrestre, está relacionada ao interesse e necessidade do produtor. Ambas tecnologias são eficientes.

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