CI

Controle da erosão na agricultura tecnificada


Samuel de Assis Silva

Em países desenvolvidos, onde os investimentos em agricultura são pesados, como na França, por exemplo, grande parte da agricultura é feita em pequenas propriedades, e é altamente tecnificada.

No Brasil, e em outros países onde a base da economia é a agricultura, busca-se a expansão da tecnificação, sendo esse tipo de agricultura, diferente dos países desenvolvidos, praticada, na maioria das vezes, em um pequeno número de grandes propriedades onde grande quantidade de capital é investido na melhoria das operações.

Novos modelos de desenvolvimento vêm surgindo ao longo dos anos no setor agrário de um modo geral. Essas novas tendências são embasadas na necessidade de produção em escalas comerciais de produtos com qualidade superior e que sejam competitivos no mercado consumidor, atendendo às suas exigências.

Mas como manter o avanço da tecnificação do setor agrícola sem exaurir os recursos naturais e mantendo uma visão conservacionista?

Muitos questionamentos surgem quando se procura prever o futuro da economia, que em termos gerais é uma das práticas mais agressivas ao ambiente.

Para responder a tais questionamentos, muitos pesquisadores têm buscado soluções práticas que mantêm o nível tecnológico do setor, aliado à preservação dos recursos naturais.

Dentre os compartimentos ambientais, o solo é a maior vítima da agricultura. Camadas compactadas resultante do uso de implementos e máquinas são freqüentes nos solos brasileiros, mas o fator que tem preocupado muito a comunidade científica, principalmente no que diz respeito a áreas declivosas, é o processo de erosão dos solos.

O uso incorreto e excessivo de arações e/ou gradagens superficiais e continuamente nas mesmas profundidades no processo de preparo de solo, quer seja primário ou secundário, provoca a desestruturação da camada arável, originando uma camada superficial pulverizada e outra subsuperficial compactada, com conseqüente redução da taxa de infiltração de água no solo, incrementando a enxurrada e elevando os riscos de erosão hídrica do solo. Outrossim, prejudica o desenvolvimento radicular de plantas e afeta o potencial de produtividade do sistema agrícola.

A erosão acentuada do solo consiste em um dos principais problemas ambientais causados pela atividade agrícola. Em regiões tropicais a erosão hídrica tem grande importância, contribuindo para a degradação dos solos ocasionando a perda de sua camada mais fértil.

A estimativa de perda de solo por erosão para uma determinada área é o princípio para planejar ações corretivas, contudo existem dificuldades para se avaliar de forma exata e precisa a extensão, magnitude e taxas de erosão acelerada, assim como seus impactos ambientais e econômicos.

Uma busca desenfreada por produções recordes fazem com que práticas simples de conservação sejam abandonadas. Técnicas como redução da intensidade de preparo, máxima cobertura de solo, cultivo de áreas aptas para culturas anuais, emprego de semeadura em contorno, terraceamentos, variação de espaçamentos, redução dos impactos da mecanização com o uso correto dos implementos e máquinas respeitando as singularidades de cada terreno, são exemplos de práticas capazes de reduzir as perdas por erosão sem comprometer a produção e mantendo a sustentabilidade do sistema.

A tecnificação para ser vindoura, não poder estar desvinculada da idéia de conservação ambiental e no planejamento conservacionista é preciso levar em consideração a necessidade de controle localizado de erosão, podendo utilizar as técnicas da agricultura de precisão como ferramenta no auxilio deste controle.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.