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Seleção de Reprodutores e Matrizes na Criação de Pequenos Ruminantes


Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo

Danielle Azevedo/Pesquisadora da Embrapa Meio-Norte

José Elivalto Guimarães Campelo/Prof. DZO/CCA/UFPI

Parnaíba, 14 de maio de 2008. Em uma criação de ovinos e caprinos a seleção de reprodutores e matrizes deve ser bastante rigorosa, pois erros poderão acarretar problemas persistentes e de solução demorada. Em primeiro lugar, o produtor deve atentar para a finalidade da produção: carne, leite ou pele, e optar pela raça ou tipo mais adequado para a obtenção do produto escolhido.

É bom observar que no caso de aquisição de animais para reprodução um fator de grande importância é a procedência, devendo ser avaliada a idoneidade do vendedor. O produtor deverá atentar para nunca adquirir animais de rebanhos com qualidade genética inferior ao seu.

Escolha de reprodutores

A seleção dos machos para reprodução deve basear-se em rigorosos critérios já que o macho produz mais filhos que qualquer fêmea do rebanho. Assim, o reprodutor deverá ser saudável, em condições de acasalar e, principalmente, não ter nenhuma doença transmissível pela cópula. Deve ser analisado, quando possível, o pedigree do animal. No caso de reprodutor de mais idade, com filhos, estes devem ser avaliados, pois são prova real do que este animal transmite para seus descendentes.

Os machos destinados à reprodução devem advir de outras propriedades, tentando-se assim evitar a consangüinidade (endogamia). Algumas características devem ser observadas: 1.Padrão racial característico da raça escolhida (quando do uso de animais registrados); 2. Aspecto masculino bem definido; 3. Cascos sadios e bons aprumos; 4. Boa libido e capacidade sexual; 5. Ausência de defeitos hereditários, como hérnias, prognatismo etc.; 6. Adquirir machos sem cornos, porém com sinais de que tenham sido descornados, pois machos mochos podem portar características ligadas ao hermafroditismo; 7. Possuir testículos morfologicamente normais (simétricos, ovóides e presentes na bolsa escrotal). Devem ser descartados portadores de criptorquidia, uni ou bilateral; 8. Características seminais compatíveis com macho de sua espécie e idade (importante realizar espermograma antes da aquisição do animal); 9. Ausência de lesões prepuciais ou penianas; 10. Ausência de caroços (linfadenite caseosa) ou outros sinais de enfermidades.

Um reprodutor em condições adequadas de manejo poderá atuar no rebanho até oito anos de idade, se neste rebanho houver controle de cobertura. Se não, o reprodutor deverá ser substituído a cada dois ou três anos, a fim de evitar caracteres genéticos indesejáveis em decorrência da consangüinidade. Em caso de utilizar-se na propriedade monta natural a campo, permanecendo o reprodutor com as fêmeas todo o tempo a relação macho:fêmea ideal é de 1:25. No caso de monta controlada esta relação pode aumentar para 1 macho para 40 fêmeas sem perigo de redução na taxa de fertilidade do rebanho.

Escolha de matrizes

Na escolha de uma fêmea destinada a matriz é fundamental a avaliação do seu estado sanitário, pois fêmeas enfermas são incapazes de produzir o esperado. As características básicas a serem consideradas são: 1. Padrão racial característico da raça escolhida (em rebanhos de animais registrados); 2. Aspecto feminino bem definido; 3. Boa conformação de úbere, com apenas duas tetas, devendo ser evitado fêmeas com tetas muito grandes ou grossas; 4. Cascos sadios e bons aprumos; 5. Idade compatível com a reprodução (evitar adquirir cabras/ovelhas com idade superior a três anos e que nunca tenham parido); 6. Ausência de enfermidades ou defeitos físicos; 7. Aquisição de fêmeas já paridas: histórico de gestação e partos normais, boa habilidade materna (traduzida em potencial leiteiro para atender suas crias e boa aptidão para criar), fertilidade e prolificidade satisfatórias; 8. Exames adicionais podem ser realizados a fim de evitar-se a aquisição de fêmeas com problemas reprodutivos. A ultrassonografia é um bom exemplo de um exame complementar que ajuda a descartar animais com patologias uterinas ou ovarianas e deve ser realizada sempre na aquisição de matrizes de alto potencial genético.

Desta forma observa-se que com práticas simples de observação adequada do rebanho e realização de uma escrituração zootécnica simples, é possível a seleção dos melhores machos e fêmeas para futuros reprodutores e matrizes, respectivamente, na propriedade.

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