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Melhoramento genético no Amapá


Emanuel Cavalcante

A agricultura praticada no Estado do Amapá é predominantemente de subsistência e totalmente voltada à produção de culturas alimentares (arroz, milho, feijão e mandioca) e hortaliças. Atualmente a cultivo de fruteiras tropicais tem tido e boa aceitação entre os pequenos agricultores o que tem levado a um significativo aumento nas áreas área de plantio com fruticultura no Amapá. O Estado do Amapá apresenta uma área de 140.276km2 e dispõe de grande potencial para a produção de alimentos para satisfazer a sua demanda local assim como tem possibilidades de criar excedentes exportáveis.

O Amapá possui um meio físico bastante diversificado. São exemplos dessa diversidade as áreas de cerrado, mata e várzea. As áreas de terra firme, compreendendo as áreas de cerrado e capoeiras ocupam milhares de hectares e despontam como promissora para produção de grãos. Por outro lado é evidente que a utilização de cultivares melhoradas pode aumentar substancialmente a produtividade das culturas, além das sementes das cultivares se constituírem em insumos baratos e acessíveis para os produtores e as tecnologias serem de fácil adoção. Para o Amapá não existe material disponível melhorado que seja adaptado as condições locais, havendo desta forma a necessidade de se obter cultivares melhoradas dentro da própria região.

Tanto o cultivo do milho como o do arroz no Amapá é realizado por pequenos produtores e em solos ácidos e de baixa fertilidade natural, o que é uma fator para a obtenção de baixas produtividades. Também, a falta de uso de técnicas modernas, não utilização de adubos e corretivos e a indisponibilidade de sementes de boa qualidade, contribuem de maneira significativa para o fraco desempenho produtivo das duas gramíneas.

Objetivando identificar cultivares de milho e arroz de elevada capacidade produtiva e resistentes a pragas e doenças, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA retomou no Amapá, em conjunto com a Embrapa Arroz e Feijão e a Embrapa Milho e Sorgo os trabalhos de melhoramento genético com estas duas culturas.

Os trabalhos estão sendo realizados no campo experimental da Embrapa Amapá, no município de Mazagão, que localiza-se ao sul do Estado do Amapá (meso região sul). O município possui clima do tipo Ami, precipitação média anual de 2.300mm, temperatura média anual é de 27ºC e a umidade relativa do ar pouco acima de 80%. Os solos predominantes são Latossolos amarelo de textura média e baixa fertilidade natural.

Para o milho inicialmente a população CMS 14 foi submetida a dois ciclos de seleção massal estratificado, onde foram extraídas 200 famílias de meio-irmãos com base em boas características de altura da planta e espigas, resistência ao acamamento, empalhamento.

As progênies foram avaliadas em dois experimentos tipo látice simples 10 x 10, no espaçamento de 1,0m x 0,40m, com duas plantas por cova após o desbaste e parcelas representadas por uma fileira de 5,2 metros lineares, correspondendo a uma densidade de 50 mil plantas por hectare. A adubação constou de 80-41-48 kg/ha de nitrogênio, fósforo e potássio, respectivamente, sendo o nitrogênio parcelado em duas vezes iguais, na semeadura e 30 dias após.

Foram detectadas diferenças altamente significativas entre as progênies para os caracteres avaliados, indicando a presença de variabilidade genética. As altas estimativas dos parâmetros genéticos para produção de grãos como a variância genética aditiva [1028,77(g/planta)2], coeficiente de herdabilidade (64,0%) e coeficiente b (1,03), associado à alta média de produtividade das progênies são indicadores do grande potencial desta população em um programa de melhoramento. O ganho para produção de grãos com a seleção das 20 progênies superiores foi de 29,08% .

O experimento com a cultura do arroz constou da avaliação de vinte e oito linhagens em blocos ao acaso e quatro repetições. A abubação foi na base de 10 kg/ha de nitrogênio (uréia), 60 kg/ha de P205 (superfosfato triplo) e 30 kg/ha de K20 (cloreto de potássio). Em cobertura, 45 dias após o plantio, colocou-se 30 kg/ ha de nitrogênio (uréia). A colheita foi realizada, por panículas , quando 2/3 encontravam-se maduras.

Houve diferença significativa para a característica produtividade média sendo que seu o intervalo ficou entre 3.904,8 kg/ha para a linhagem CNAs 8944 a 1.586,3 kg/ha para a linhagem CNA 8711. O bom comportamento produtivo dos materiais puderam ser avaliados pela média geral do experimento que foi de 2.688,7 kg/ha. Todas as linhagens ultrapassaram a média de rendimento médio que obtém em condição de sequeiro no Amapá, que é estimada em 1.000 kg/ha.

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