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O estresse térmico Parte 6: Efeito sobre a saúde da glândula mamária e a produção de leite em bovinos leiteiros


Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo

Parnaíba, 11 de dezembro de 2007. A contagem de células somáticas (CCS) e a incidência de mastite clínica aumentam durante os meses mais quentes do ano nas fêmeas bovinas selecionadas para produção leiteira. Isso sugere que o estresse térmico por calor pode aumentar a susceptibilidade das vacas às infecções, tanto por queda da resistência quanto por aumento de exposição aos agentes patogênicos, em decorrência das condições climáticas favoráveis ao crescimento e propagação dos microrganismos no ambiente.

A redução da eficiência do sistema imunológico nas fêmeas bovinas em condições de temperaturas elevadas pode ser decorrente da menor ingestão de alimento e, conseqüente deficiência no consumo de nutrientes essenciais para o sistema imune. Como exemplo podemos citar a falta de vitamina E e de enzimas que contém selênio, antioxidantes que protegem as células e os tecidos contra o dano oxidativo causado pelos radicais livres, liberados durante a morte intracelular das bactérias. Vacas deficientes dessas substâncias possuem menor atividade de eliminação intracelular de bactérias.

Temperatura e umidade elevadas influenciam a sobrevivência e proliferação de microrganismos patogênicos no ambiente.  Este fato, associado à necessidade dos animais em reduzir sua temperatura corporal deitando-se em locais impróprios, com elevada umidade (na lama, por exemplo) ocasiona o aumento na incidência de mastite na propriedade.

A zona de termoneutralidade para a produção de leite está entre -5 e 21oC para vacas holandesas, sendo ligeiramente maior, 24oC, para vacas Jersey e Pardo-Suíça. Para raças zebuínas, esse limite atinge 29oC (Naãs, 1987).

A ingestão de alimentos está diretamente relacionada a todos os aspectos do metabolismo energético (produção de calor) com a liberação de calor para manutenção, produção e atividades. Considera-se que a maior influência do estresse pelo calor sobre a produção de leite é exercida via diminuição no consumo de alimentos e conseqüente redução na ingestão de energia metabolizável. Temperaturas diárias médias e máximas têm efeitos variáveis sobre a ingestão de alimentos e subseqüentemente, sobre a produção de leite, dependendo da umidade relativa do ar e do tempo em que as vacas ficam sob temperaturas capazes de provocar estresse.

Alimentação sincronizada com o horário de ordenha pode ser observada tanto a pasto quanto em confinamento e em qualquer estação do ano. Usualmente, a maioria das vacas alimenta-se após o retorno da sala de ordenha, à tarde, e quando o cocho é reabastecido pela manhã.

Danielle Azevêdo, pesquisadora da Embrapa Meio-Norte

Émones Santos Souza (aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal/UFPI)

Referências Bibliográficas

NAÃS, I.A. Princípios de Conforto Térmico na Produção Animal. São Paulo: Ícone, 1989. 183p.

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